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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 26, 2015

Suprema corte americana aprova o casamento gay em todo o país


GAY FLAG USA
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A Suprema Corte americana aprovou por cinco votos a quatro o casamento gay em todo o país nesta sexta-feira (26). Ao todo, 37 estados americanos já reconheciam a união civil entre pessoas do mesmo sexo, enquanto os outros 13 estados ainda o proibiam.
A decisão é uma vitória para todos aqueles que lutavam há anos pela igualdade de direitos. Os juízes determinaram que a partir de agora todos os Estados devem emitir licenças de casamento para casais do mesmo sexo e reconhecer uniões do mesmo sexo que foram legalmente realizados em outros estados.
Primeiro presidente americano em exercício a apoiar a igualdade de casamento,Barack Obama comemorou a decisão por meio de sua conta no Twitter ao afirmar que este foi um grande passo dos Estado Unidos rumo a igualdade. "Casais de gays e lésbicas agora têm o direito de casar, como todo mundo", disse.
Obama fez um discurso na Casa Branca em que afirmou que "as pessoas devem ser tratadas de maneira igual independentemente de quem eles amam ou o quem elas são". O presidente ressaltou ainda que a decisão da Suprema Corte é uma "consequência de atos de coragem de milhares de pessoas ao longo de décadas".
O perfil da Casa Branca no Facebook também fez uma homenagem, alterando a foto de seu perfil para as cores do arco-íris:
Hillary Clinton, que está na corrida para as eleições presidenciais de 2016, também usou a rede social para manifestar seu apoio à decisão:
 

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