Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 30, 2015

“Estou 150% a disposição para ajudar Dilma”, diz Lula a deputados e senadores do PT

Diogo

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira (29) com as bancadas de deputados e senadores do Partido dos Trabalhadores em Brasília.
Na reunião, Lula e o presidente do PT, Rui Falcão, conversaram sobre como reforçar com as bancadas uma agenda para o partido na defesa do governo e de um projeto de desenvolvimento, inclusão social e aprofundamento da economia após o Congresso do PT em Salvador e após a aprovação do ajuste econômico no Legislativo.
Lula apontou o novo plano de concessões, o Plano Safra de financiamento da agricultura familiar e do agronegócio, o plano de reforma agrária para assentar famílias acampadas e o plano de apoio à exportação, recém-anunciados pela presidenta Dilma Rousseff, como avanços para uma agenda positiva do governo.
O ex-presidente também conversou com os parlamentares sobre a construção de uma agenda de viagens sua pelo país, para discutir a defesa e renovação do partido e a bandeira do Plano Nacional de Educação. O objetivo é que a educação nos governos do PT seja “medalha de ouro” e para que onde o partido é oposição, cobre a melhora do ensino.


Lula defendeu que cada senador e deputado assuma sua liderança e seja um porta-voz dos avanços e das boas notícias, fazendo o debate político, sem esperar neutralidade do noticiário da grande imprensa. “A gente não tem o direito de acreditar que a imprensa brasileira vai ser neutra”, disse Lula.

Nenhum comentário:

Postar um comentário