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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 15, 2015

. "O Brasil precisa saber definitivamente quem roubou, quem mandou roubar e quem, sabendo de tudo, se calou ou nada fez para impedir"


AÉCIO COBRA QUEM ROUBOU



O senador Aécio Neves (PSDB-MG) decidiu radicalizar ainda mais o discurso contra o Partido dos Trabalhadores e o governo da presidente Dilma Rousseff.

Nesta terça-feira, a propaganda eleitoral reservada ao PSDB mostrará um duríssimo ataque. "O Brasil precisa saber definitivamente quem roubou, quem mandou roubar e quem, sabendo de tudo, se calou ou nada fez para impedir", dirá o tucano na TV.

A primeira cena do programa será a de um panelaço, como ocorreu no último programa exibido pelo PT. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também adotará um discurso moralista. Dirá que "nunca antes na história desse país se roubou tanto em nome de uma causa", numa alusão ao ex-presidente Lula, a quem considera ser o nome mais forte do PT para 2018 (leia aqui).

"O que já se sabe sobre o petrolão é grave o suficiente para que a sociedade condene todos os que promoveram tamanho escândalo, tamanha vergonha", dirá ainda.

Na Lava Jato, o senador Aécio bateu na trave. Ele foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como 'dono' de uma diretoria em Furnas, durante o governo FHC, que pagava mesadas de US$ 100 mil a US$ 120 mil a diversos parlamentare.

Aécio quase foi investigado, mas seu caso, que ainda pode ser reaberto, foi arquivado pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Como ficou de fora da Lava Jato, sente-se à vontade para liderar uma oposição cada vez mais barulhenta.

FHC, por sua vez, esteve envolvido num dos maiores escândalos ligados a "um projeto de poder": a compra de votos para a reeleição, que mudou as regras do sistema político no Brasil e o beneficiou diretamente. 
*PlantaoBrasil

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