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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 01, 2015

Ex-presidente Lula ganha prêmio de $100 mil dólares e doa a país africano

Lula ganha mais um prêmio em razão de sua contribuição para reduzir a desigualdade social no Brasil e no mundo
Lech Walesa e Lula, duas figuras singularmente históricas
Ao receber o prêmio Lech Walesa, na Polônia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou quedecidiu doar os US$ 100 mil, ou cerca de R$ 181 mil, a um país africano. 
O país que receberá o valor será escolhido pelos diretores doInstituto Lula e pelos membros da fundação criada por Walesa. Lula também se encontrou em Gdansk com o sindicalista e ex-presidente polonês.
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Walesa, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, lembrou que quando conheceu Lula, em 1980, acreditou que estavam em caminhos diferentes. “Deixamos o comunismo e o senhor queria introduzir o socialismo. Parecia que estávamos em caminhos opostos, pois parecia não haver terceira via”, comentou. “O senhor não tinha razão há 30 anos, mas hoje mostrou que tinha razão.”
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O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que Lula e Walesa fizeram mudanças radicais sem promover o caos em seus países. Para Tusk, os dois líderes promoveram o crescimento econômico e o bem-estar para as populações.
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O prêmio Lech Walesa foi criado em 2008 pela fundação do ex-presidente polonês para reconhecer personalidades destacadas por seu apoio à liberdade, democracia e cooperação internacional. A fundação informou em nota que Lula foi escolhido “em reconhecimento por seus esforços para conseguir uma cooperação pacífica e a compreensão entre as nações, especialmente para reforçar o papel dos países em desenvolvimento no mundo dos negócios, e por sua contribuição para reduzir a desigualdade social”.
*pragmatismopolitico

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