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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 29, 2010

Em tempo: Pirituba é uma ilha onde o Corinthinas constrói, frequentemente, a fantasia de ter um estadio para valer. –

Serra prometeu, mas o Morumbi não vai abrir a Copa

    Publicado em 28/05/2010

Só tem um jeito: transformar a favela de Paraisópolis em mega-estacionamento

O Conversa Afiada reproduz coluna do Rimoli, no portal R7, com uma entrevista com o presidente do Corinthians, Andres Sanchez.

O amigo navegante há de se lembrar que, que ao fim de uma entrevista como presidente da FIFA, Joseph Blatter, o então governador – e presidente eleito – José Serra anunciou que a FIFA tinha dito que o Morumbi ia abrir a Copa.

A FIFA desmentiu.

Leia o Cosme Rimoli – é muito engraçado.

Blog do Rímoli, no R7

(Sanchez) não nega para ninguém que, para ele, o estádio do rival (o Morumbi) está fora da abertura da Copa do Mundo de 2014.

“Olha, vou explicar uma coisa.

Não tenho nada contra o São Paulo.

Estou apenas repetindo o que a Fifa quer e as pessoas não entendem.

Para a Fifa, a área que fica ao lado do estádio da abertura da Copa tem ser grande.

Há a necessidade da construção de prédios para convenções, imprensa do mundo todo, local para a transmissão dos jogos.

O estádio da abertura é tão importante quanto o da final.

O Morumbi está cercado por mansões.

Como comprar e pagar aos proprietários dessas mansões?

Tudo isso deixa o Morumbi inviável.

Não haverá o que fazer.

O Juvenal pode falar o que quiser.

Há uma área enorme em Pirituba onde tudo isso é possível.

E há tempo para a construção dessa arena para a Copa.

Eu acredito que será isso que irá acontecer.”

Então, para você o Morumbi está fora da Copa?

“O estádio de São Paulo para a Copa será esta arena de Pirituba.

O Morumbi não tem condições.”

Em tempo: Pirituba é uma ilha onde o Corinthinas constrói, frequentemente, a fantasia de ter um estadio para valer. – PHA


do Conversa Afiada

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