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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 16, 2012

Haddad terá o maior tempo de TV em São Paulo

 


Júlia Duailibi
Com Daniel Bramatti

A provável entrada do PP na aliança de Fernando Haddad fará com que o pré-candidato do PT tenha o maior tempo de propaganda no rádio e na TV em São Paulo. O tucano José Serra, que ficaria em primeiro se assegurasse o apoio do PP, cairá para o segundo lugar graças à reviravolta no leilão das coligações.
Se o cenário de 14 candidatos se confirmar, Haddad terá direito a 107 inserções de 30 segundos na TV a cada semana e em cada canal. O mesmo vale para o rádio. A vantagem em relação a Serra será de 14 inserções por semana. No horário fixo de propaganda, o petista terá um minuto a mais do que o tucano por bloco. Veja a projeção feita pelo núcleo Estadão Dados:

Haddad (PT-PC do B-PSB-PP): 7min39s

Serra (PSDB-DEM-PSD-PV-PR): 6min38s

Chalita (PMDB-PSC-PTC-PSL): 4min32s

Russomanno (PRB-PT do B-PTN-PRP-PHS): 1min17s

D’Urso (PTB): 1min31s

Paulinho (PDT): 1min48s

Soninha (PPS-PMN): 1min20s

Giannazi (PSOL): 49s

Outros nanicos somados (PRTB, PCO, PSTU, PCB, PPL, PSDC): 4min21s

*esquerdopata

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