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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 30, 2012

Dilma em Sampa na 2ª, apoiando Haddad rumo ao 2º turno


A presidenta Dilma Rousseff confirmou sua participação no comício com o candidato do PT, Fernando Haddad, nesta segunda-feira, em São Paulo. Será a primeira vez neste ano que uma atividade pública de campanha terá a presença da presidenta – antes, ela tinha gravado participações para programas eleitorais na TV.

A presença da presidenta é mais um trunfo que o PT tem para fortalecer a trajetória ascendente de Fernando Haddad rumo ao segundo turno. Ele tem crescido a cada pesquisa, mas é preciso ampliar a vantagem em relação ao candidato do PSDB, José Serra, para que possamos ficar tranquilos e nos prepararmos para a batalha seguinte ainda com mais gás.
 
Os dados das duas últimas pesquisas são: Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (27) atribui 30% das intenções de voto para Celso Russomanno (PRB), 22% para José Serra (PSDB) e 18% para Fernando Haddad (PT). Já na mais recente pesquisa do Ibope, divulgada na terça (25), Russomanno tem 34%, Haddad, 18%, e Serra, 17%.

Além de dar esse reforço para a subida de Haddad, a vinda da presidenta é importante, também, para dar um cala boca na balbúrdia criada pela mídia que se coloca no papel de conselheira – uma conselheira bastante interessada e interesseira, é verdade – para que ela não ajude o candidato do seu partido. 

Afinal, a vinda da presidenta a São Paulo não casa com o roteiro que a própria mídia criou de que a presidenta Dilma estaria gestando um outro PT, para tocar um outro governo (certamente num outro Brasil, imaginário de certa mídia), que nada tem a ver com Lula e as demais figuras do partido... Bem, a presidenta não perde oportunidades de mostrar quão ridícula é essa interpretação um tanto ”livre” dos fatos.

Ainda a boa novidade da campanha em Sampa é a pesquisa do Datafolha em que Haddad aparece como o principal herdeiro dos votos de Russomanno. O que temos que fazer é ganhar boa parte desses votos logo, ainda nesta semana, para garantir nossa presença no segundo turno com folga.
*Ajusticeiradeesquerda

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