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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, setembro 26, 2012

No futuro, todos parecerão brasileiros, diz cientista




Por m 26.09.2012 as 13:00
Como será o ser humano do futuro? Esta pergunta já suscitou muitas respostas bizarras, como a de que o ser humano do ano 2000 seria mais baixo, teria pernas curtas, cabeça maior, olhos maiores, e um aspecto bizarro. Partindo de pesquisas recentes sobre o comportamento humano, veja uma previsão mais moderna sobre o assunto.

Pessoas azuis

No período curto de seis gerações de endogamia, uma população isolada nas montanhas do Kentucky, em Troublesome Creek (EUA), acabou por desenvolver uma pele azulada.
Todos os descendentes de um imigrante francês de nome Martin Fugate sofrem de uma doença sanguínea rara chamada metemoglobinemia, causada por um gene recessivo, que faz com que o sangue seja marrom, em vez de vermelho, o que faz com que a pele tenha um aspecto azulado.
Os geneticistas, tentando descobrir de onde veio o gene recessivo, montaram a árvore genealógica dos Fugate, que revelava uma história de casamentos entre primos, e entre tios/tias e sobrinhas/os. Dennis Stacy, cujo tataratataravô dos dois lados era a mesma pessoa, Henley Fugate, apresentou uma explicação simples para o fenômeno: os moradores da região casavam entre si porque não haviam estradas para eles saírem de lá.
A desculpa parece sórdida na pior das hipóteses, ou coisa de preguiçoso na melhor das hipóteses, mas a história dos Fugate é uma miniatura do que aconteceu com a humanidade: o isolamento das populações causou um compartilhamento de genes, resultando em grupos locais que acabaram dando origem a raças ou grupos étnicos.

Entra a bicicleta

Esta história começou a mudar com a invenção da bicicleta. Antes da mesma, a distância média entre os locais de nascimento de marido e mulher, na Inglagerra, era 1,6 quilômetros. A invenção da bicicleta permitiu que os homens buscassem esposas mais longe, e a distância passou a ser de 48 quilômetros, em média. E este fenômeno não ficou restrito à Inglaterra: outros países europeus apresentaram padrões semelhantes.
A bicicleta levou à pavimentação de estradas e preparou o caminho para a chegada do automóvel. A distância entre o local de nascimento de marido e mulher foi aumentando a ponto de hoje em dia facilmente se encontrar casais que nasceram ou têm ascendentes em continentes diferentes.

Olhos azuis

Um estudo de 2002 feito pelos epidemiologistas Mark Grant e Diane Lauderdale descobriu que só um em cada seis americanos brancos não hipânicos tem olhos azuis, um número que era de mais da metade da população branca não mais de 100 anos atrás.
A única explicação encontrada para isso, segundo Lauderdale, foi de que a tendência de casar com membros do mesmo grupo ancestral mudou, uma hipótese comprovada pelos dados do censo de 1980, com o aumento de pessoas que apontam terem mais de um grupo ancestral.
Com essa “mistura”, será que as características recessivas vão sumir? Ou seja, as dominantes podem dominar totalmente e acabar, por exemplo, com o olho azul? Não, segundo Lauderdale. Elas vão estabilizar a um nível que reflete a chance de casamento entre dois indivíduos possuindo genes recessivos. Outras características que são controladas por vários genes atuando juntos tenderão a um valor médio, com os valores extremos se tornando cada vez mais raros.
Este efeito vai ser visível nos EUA em todas as características recessivas de descendentes europeus, como cabelo ruivo ou loiro, e sardas, por causa da mistura com povos asiáticos, africanos e latinos. Outras características genéticas que tendem a diminuir incluem a anemia falciforme e a fibrose cística.

No futuro, todos serão morenos-jambo

Não dá para prever como esta mistura genética irá afetar a aparência física das pessoas, mas acredita-se que o norte-americano do futuro terá a pele e o cabelo um pouco mais escuros que atualmente, diminuindo cada vez mais o número de pessoas com pele e cabelo bem escuros ou bem claros.
Esta mistura genética também está acontecendo em diferentes graus em outras partes do mundo. Entretanto, em alguns lugares, onde os traços nativos ainda conferem vantagens no ambiente, ou onde a imigração é mais lenta, as mudanças acontecem de forma mais difícil.
A homogeneização total das características humanas provavelmente nunca acontecerá, embora a população humana se torne cada vez mais misturada.
Segundo os pesquisadores, uma população que serve de exemplo de mistura a longo prazo é a brasileira. Nosso povo mistura características de africanos, americanos nativos e europeus. Em alguns séculos, os americanos vão se parecer com os brasileiros. Ainda mais longe, todo o mundo deverá “ser brasileiro”. [Life's Little Mysteries]
*http://hypescience.com

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