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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 23, 2012

Espanhola que desfigurou pintura de Jesus quer direitos autorais


pintura Ecce Homo
Restauradora deixou Jesus parecido com um macaco
Cecília Gimenez
Cecília acha justo ser
remunerada pela sua obra
Cecília Gimenez (na foto ao lado), 80, quer cobrar direitos autorais pelo seu trabalho voluntário de “restauração” que desfigurou Jesus de um afresco da Igreja da Misericórdia da cidade espanhola de Borja. Na pintura Ecce Homo, do século 19, Jesus ficou com o rosto peludo, lembrando um gorila. 

A pintura não tinha valor artístico, mas ficou famosa com a “restauração” de dona Cecília. O número de visitante à igreja subiu de 100 por semana para 10 mil.

A restauradora amadora passou a pensar em cobrar direitos autorais depois que soube que a
Fundación Sancti Spiritus estava cobrando 1 euro (cerca de R$ 2,6) por visitante. Se a fundação está ganhando dinheiro com a “obra”, dona Cecília acha justo que ela tenha a sua parte.

Os advogados de Cecília informaram que ela não pretende levar a questão para a Justiça porque acredita que pode chegar a um acordo com a fundação.


Independentemente disso, a restauradora pode ganhar muito dinheiro, porque há empresas interessada em usar a imagem do Jesus “restaurado” em suas peças publicitárias.

Memes inspirados no “restauração”


Com informação do The Telegraph, entre outras fontes.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz27KLZdlDo
Paulopes

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