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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, novembro 01, 2015

pessoas conformistas e ao mesmo tempo perigosas e intolerantes, que não aceitam as diferenças, perseguem, torturam, e matam – não pelo seu deus – mas pela sua crença na sua religião

Diferenças entre a religião e a crença em Deus.

flores-e-borboletas-voandoPor Ana Burke
Deus surgiu quando surgiram os humanos e Deus é real para a maioria que precisa de uma explicação para os fatos, desagradáveis, ou agradáveis, que as consequências de “estar vivo” nos trás. Eu não vejo problema algum quando alguém que está sofrendo pede ou implora pela ajuda de Deus ou do seu deus. Temos milhares deles mas, Religião, é outra coisa.
Religiões são formadas por grupos sociais que se odeiam, que pregam um Deus formatado por humanos que descrevem as Suas vontades e leis em livros que são inculcados na mente das pessoas que acreditam serem estes sagrados e inspirados divinamente.
As religiões suprem a carência e necessidade do ser humano em estar em contato com outros seres humanos num grupo de pessoas que pensam iguais a ele.
Religiões cultuam o sacrifício humano; o sangue tem poder.
Religiões promovem o enriquecimento ilícito de algumas pessoas que tornam outras dependentes do sistema.
Religiões sustentam as guerras, destacam as diferenças sociais e tudo funciona na base de troca…e troca-se tudo. A religião é um negócio promissor para os estelionatários que exploram a fé que, para manter a todos bem “amarrados”, exige servidão e fidelidade incondicional.
Dentro de um Sistema Religioso, a caridade não é dirigida a todos indistintamente, ou funciona sem interesse – sem caridade não há salvação – e junto com a caridade, vem também a evangelização e a propaganda da igreja. Portanto, as religiões destroem algo que deveria ser praticado por todos os seres humanos e para beneficiar a todos os seres humanos indistintamente, de forma espontânea, e sem nenhum interesse, a não ser desejar ver a todos bem, e no mesmo patamar.
As religiões produzem pessoas conformistas e ao mesmo tempo perigosas e intolerantes, que não aceitam as diferenças, perseguem, torturam, e matam – não pelo seu deus – mas pela sua crença na sua religião, no seu doutrinador. A palavra doutrinado significa “que se domesticou; amestrado, ensinado” e o mesmo significado tem a palavra evangelizado ou catequizado.
Religiões não produzem livres pensadores mas, pelo contrário, perseguem os livres pensadores (alcunhados de “filhos de Satanás”, ou algo parecido).
No sistema religioso nenhum fiel se ofende quando é chamado de “ovelha” pelo seu doutrinador, um animal que não pensa, que segue e é criado para ser sacrificado…é lindo ser ovelha.
Religiões precisam de templos, muito ricos, adornados com requinte, e de onde os mendigos são expulsos das suas portas – quem não paga o dízimo não consegue os favores de Deus.
A crença em um deus, ou em Deus, não precisa estar atrelada a uma religião. Como pode o imperfeito (ser humano) ensinar o que, segundo consta, é “PERFEITO”? Afinal, a água limpa, pura e cristalina, quando em contato com o sujo ou imundo se torna suja e imunda. A “imperfeição” não entende coisa alguma sobre o que seja a “Perfeição”.
*Porummundosemreligiao

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