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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, novembro 06, 2010

LULA : Prazer em ouvir




Lula: não importa o sotaque.
Somos todos brasileiros

Ele nasceu em Pernambuco e fez carreira em São Paulo

Publicado no Estadão:

Em rede nacional, Lula dá os parabéns à ‘companheira Dilma’


Presidente afirmou também que é importante que ‘governo e oposição, sem abrir mão de suas opiniões, respeitem-se mutuamente e divirjam de forma madura e civilizada’
05 de novembro de 2010 | 20h 05

Sandra Manfrini e Luci Ribeiro – Agência Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou em rede nacional nesta sexta-feira, 5, a “companheira Dilma Rousseff” pela vitória nas eleições de domingo, 31. Lula afirmou ainda que “será motivo de grande satisfação” passar a faixa, no próximo dia 1º de janeiro, à primeira mulher eleita presidente da República. “Tenho perfeita consciência do imenso simbolismo desse ato”, enfatizou.

Lula afirmou que esse ato vai mostrar ao mundo inteiro e aos próprios brasileiros que “somos um País com instituições consolidadas, capazes de absorver mudanças e progressos”. “Simbolicamente, estaremos proclamando ainda que ninguém é melhor do que ninguém”, destacou.

Ele disse ainda que o resultado das eleições deixa claro que, no Brasil “não importam as diferenças de origem social, de sexo, de sotaque ou de fortuna. Somos todos brasileiros”. “E todos devem ter oportunidades iguais, o direito a sonhar com dias melhores e o apoio para melhorar sua vida e a de sua família”, concluiu.

Recado para a oposição

Lula aproveitou também para mandar um recado para a oposição. “Passadas as eleições, quando é compreensível que o calor da disputa gere confrontos mais duros, é importante que governo e oposição, sem abrir mão de suas opiniões, respeitem-se mutuamente e divirjam de forma madura e civilizada”, destacou.

Lula ressaltou que só um debate político qualificado poderá ajudar o Brasil a avançar nos campos econômico e social. “O Brasil vive hoje um momento mágico, de crescimento econômico, inclusão social, forte geração de emprego, distribuição de renda e redução das desigualdades regionais. Estou convencido de que, nos próximos anos, o Brasil poderá consolidar-se como uma terra de oportunidades e de prosperidade, transformando-se numa nação desenvolvida. Avançaremos mais rapidamente nessa direção, se soubermos qualificar o debate político”, recomendou.

O presidente afirmou também que “está orgulhoso do nosso povo e do nosso País”. Segundo ele, “o povo brasileiro, mais uma vez, deu uma extraordinária demonstração do vigor da nossa democracia”, ressaltando que mais de 106 milhões de eleitores foram às urnas. “E, num ambiente de tranquilidade e entendimento, mas também de paixão e entusiasmo, promoveram uma grandiosa festa democrática em todo o Brasil”.

Ele também parabenizou a Justiça Eleitoral que, segundo ele, “dirigiu com equilíbrio e competência a disputa. Horas depois de encerrado o pleito, graças ao sistema eletrônico de votação e apuração, já conhecíamos os resultados”.

Segundo Lula, a “festa democrática de domingo foi o coroamento de um processo eleitoral que mobilizou o País durante meses, no qual foram escolhidos não só a nova presidente, como também governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais”. “Esse processo foi realizado sob o signo da liberdade. O Povo pode escolher seus dirigentes e representantes livremente. Também livremente, partidos e candidatos puderam expressar suas opiniões, defender suas ideias e criticar as propostas dos seus adversários”, acrescentou.

*conversaafiada

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