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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 17, 2011

MILHÕES DE BRASILEIROS LESADOS POR “FRAUDE OFICIAL”


Laerte Braga



MILHÕES DE BRASILEIROS LESADOS POR “FRAUDE OFICIAL”

Laerte Braga

A verdadeira extensão dos danos causados ao Brasil e aos brasileiros pelos dois governos – mandatos – de Fernando Henrique Cardoso só poderá ser medida em sua totalidade numa perspectiva histórica, numa linha de observação e percepção do projeto tucano, um cínico e repulsivo tentáculo do neoliberalismo na versão Nova Ordem.

FHC em sua perversidade, seu governo abjeto, se estende para além dos seus oito anos e milhões de brasileiros foram e continuam sendo lesados por algo que poderíamos chamar de “fraude oficial”.

Um exemplo?

Consenso de Washington
As transformações ditadas pelo que se convencionou chamar de CONSENSO DE WASHINGTON nos serviços públicos sucateados, desmontados e nas aposentadorias e pensões. As tais reformas que, na prática, tinham e continuam a ter o propósito de promover uma deliberada e constante exclusão social, tanto quanto privatização do Estado como instituição.

Se o governo Sarney foi um exercício de delírios de vaidade de um tirano político corrupto, um oligarca, Collor de Mello foi a primeira aposta da Nova Ordem no Brasil. Fabricado e montado nos laboratórios da GLOBO por encomenda dos donos.

Seu fracasso levou a opção por um canalha mais consistente, melhor preparado; exatamente FHC, velho amigo dos norte-americanos desde os tempos de exílio, uma espécie de “general” Anselmo.
FHC

Um ser amoral. Sem qualquer escrúpulo.

A verdadeira extensão dos danos causados ao Brasil e aos brasileiros pelos dois governos – mandatos – de Fernando Henrique Cardoso só poderá ser medida em sua totalidade numa perspectiva histórica, numa linha de observação e percepção do projeto tucano, um cínico e repulsivo tentáculo do neoliberalismo na versão Nova Ordem.

FHC em sua perversidade, seu governo abjeto, se estende para além dos seus oito anos e milhões de brasileiros foram e continuam sendo lesados por algo que poderíamos chamar de “fraude oficial”.

Um exemplo?

Governo FHC - Saúde sucateada
As transformações ditadas pelo que se convencionou chamar de CONSENSO DE WASHINGTON nos serviços públicos sucateados, desmontados e nas aposentadorias e pensões. As tais reformas que, na prática, tinham e continuam a ter o propósito de promover uma deliberada e constante exclusão social, tanto quanto, privatização do Estado como instituição.

Se o governo Sarney foi um exercício de delírios de vaidade de um tirano político corrupto, um oligarca, Collor de Mello foi a primeira aposta da Nova Ordem no Brasil. Fabricado e montado nos laboratórios da GLOBO por encomenda dos donos.

Seu fracasso levou a opção por um canalha mais consistente, melhor preparado; exatamente FHC, velho amigo dos norte-americanos desde os tempos de exílio, uma espécie de “general” Anselmo.

Um ser amoral. Sem qualquer escrúpulo.

Todo o projeto neoliberal despejado na certeza que o Parlamento seria facilmente domesticável com milho atirado ao seu redor (a maioria correu a comer). O Judiciário (STF) transformado em bancada governista por uma figura repulsiva que hoje ocupa o Ministério da Defesa e a mídia a vender idéia de um Brasil próspero e feliz, até o dia que se percebeu que estávamos falidos e presos às teias de FMI – Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e outras “agências” colonizadoras.

Hoje, a despeito de alguns avanços obtidos no governo Lula, estamos nos transformando num Brasil da primeira metade do século XX, agrícola e pastoril, com todo o desenvolvimento industrial que alardeiam, mas que é privilégio dos grupos econômicos que servem ao conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Presidente Lula malabarista
Os malabarismos que o ex-presidente Lula teve que fazer ao longo de seus oito anos para escapar de parte da teia e criar perspectivas mínimas para avanços reais e efetivos, retomada de posse da soberania e da integridade do território nacional ainda estão por exigir ações concretas e efetivas que não vão se materializar no chamado mundo institucional.

Esse está podre e a não ser que Dilma queira transformar-se em outra equilibrista não vamos a lugar nenhum ainda que os números possam indicar o contrário. É preciso perceber que os números são produtos dos critérios e fórmulas definidos pelos donos.

Uma nova Idade Média, com requintes de tecnologia de ponta.

O que se esvai nos efeitos do governo FHC é a cultura (como um todo) e bem mais que transformar seres em objetos, em mercadorias. Liquida a nação brasileira e suas dimensões continentais.

Uma forma refinada de capitanias hereditárias subordinadas à Corte.

Nem mesmo as políticas sociais do governo Lula e agora reafirmadas por Dilma. É necessário transformá-las em alavancas de mudanças estruturais para que possam ter sentido diverso do assistencialismo.

A destruição dos serviços públicos no Brasil teve a chancela da opinião pública.

Nos oito anos de governo FHC a mídia vendeu a idéia que servidores públicos eram privilegiados num País onde a fome grassava em várias regiões.

Em momento algum se pensou que os serviços públicos são aqueles que dizem respeito à saúde, educação, justiça, que constroem estradas, que mantêm o Estado cumprindo o seu papel político, econômico e social e que diz respeito a todos os brasileiros e não a poucos.

Temos agora o milagre – o deus mercado é pródigo em milagres – da terceirização. A privatização de áreas estratégicas de serviços públicos e a consequente qualidade negativa desses serviços.

Saúde e educação são para dar lucros a grandes grupos. O subsolo brasileiro privatizado e entregue à sanha de grupos internacionais (VALE) sob o disfarce de nacionais, ou pseudonacionais na invenção de Lula para escapar das armadilhas deixadas por FHC. O “capitalismo a brasileira”, definição perfeita de Ivan Pinheiro.

Saúde em Minas Gerais
No efeito cascata desse processo, estados e municípios seguem a risca o receituário, seja porque as verbas em sua maior parte, saem dos cofres federais, seja porque governadores e prefeitos se integram ao modelo.

O deputado federal Marcus Pestana (eleito com mais de 150 mil votos) montou um dos mais prósperos negócios no mundo dos governos neoliberais nos oito anos que ocupou a Secretaria de Saúde do desgoverno Aécio Neves em MG. Desviou verbas para montar base política (não se elege síndico sem isso, perdeu várias eleições, antes de descobrir o filão). Em Minas, a despeito da política de ooutdorscom charme do ex-governador, a saúde pública é precária e o governo de Antônio Anastasia (seu sucessor, parceiro e inventor do fator previdenciário) já se prepara para abandonar a educação fundamental transferindo responsabilidades aos municípios. Um professor estadual não ganha mil reais.

A questão das aposentadorias é bem mais grave. Os cálculos feitos pela Previdência, além do achatamento gerado pelo fator previdenciário (que desvinculou pensões e aposentadorias do salário mínimo) a Previdência erra tais cálculos e o faz de forma deliberada.

O resultado disso, dessa “fraude oficial”?

Justiça claudicante
Milhões de brasileiros recebem menos em relação a seus direitos, são obrigados a buscar na Justiça esses direitos e a Justiça, dominada nas instâncias superiores pela visão de mercado ditada pelo Banco Mundial, não resolve e nem deixa de resolver, ou quando resolve raramente atende ao direito básico, previsto em lei, o do cidadão.

É o neoliberalismo, são as conseqüências do governo FHC e sua “era de modernidade”, onde o ser humano vale menos que as contas e ajustes do governo. O que não significa que contas e ajustes devam ser descontas e desajustes. Não.

É que o dinheiro público sustenta a iniciativa privada, presta-se a ser doado aos altares do deus mercado. É esse o pulo do gato.

Servidores públicos, aposentados e pensionistas são os demônios do neoliberalismo. Foram e são e serão sempre transformados nesse tipo de figura por uma mídia podre e corrupta, sustentada pelo modelo, concentrada em mãos de poucos e preocupada com a “livre expressão”. A bolinha de papel em Serra, por exemplo, mas silenciosa sobre as falcatruas do governador Sérgio Cabral doando dinheiro de obras de contenção de encostas e saneamento à Fundação Roberto Marinho, ou legalizando mansão de Luciano Hulk em área ambiental não permitida a esse tipo de construção, a pedido do escritório de advocacia da primeira dama do estado.

Pior ainda, sobre estupros cometidos por um filho de um diretor do grupo RBS – GLOBO da Região Sul – e extremosa quanto a denúncias de crimes sexuais fabricados contra Julian Assange, na tentativa de fazer calar o site WikiLeaks sobre ações bem piores que essas relatadas aqui, mas que sustentam toda essa vergonha.

Servidores públicos (médicos, professores, enfermeiros, etc.) e aposentados e pensionistas são danos causados ao modelo, como peste bubônica, ou algo assim, mas que geram os grandes negócios do deus mercado em áreas onde o Estado tem deveres fundamentais. Dão lugar a iniciativa privada.

Não há solução para toda essa perversidade no mundo dito institucional.

Só um jogo de empurra e exibições de equilibrismo com nenhuma ou alguma sensibilidade social, mesmo assim, esse alguma, quando existe, voltado para o estilo assistencialista sem resultados transformadores que em si garantem direitos básicos e fundamentais do cidadão.

Bandeira do conglomerado EUA - Israel
Deve ser por isso que os médicos cubanos, segundo levantamentos divulgados nesta última semana, são os heróis do povo haitiano. São servidores públicos de um país solidário a outro e a seu povo, nunca exploradores e torturadores.

Milhões de brasileiros foram e são lesados pela “fraude oficial”. Chamam de modernidade.

No conglomerado EUA/Israel Terrorismo S/A já terceirizaram até parte das forças armadas. Aqui não há necessidade, o general Zelito quer olhar para o “futuro”.

Qual? Será que existe nesse modelo?

Essa luta só vai ser ganha nas ruas.
*BrasilMobilizado

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