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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, janeiro 08, 2011

O bandido da luz vermelha não anestesiava


Dr. Roger anestesiava suas clientes e depois abusava
 16ª Vara Criminal de São Paulo decretou na tarde desta quinta-feira (6) a prisão de Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão pela acusação de estuprar pacientes. O médico estava em liberdade graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, no entanto, pediram a prisão de Abdelmassih porque desconfiaram de uma possível fuga quando ele tentou renovar o passaporte.
Promotoria pede prisão de Roger AbdelmassihRoger Abdelmassih é condenado a mais de 200 anos de prisãoA Justiça aceitou o argumento do Ministério Público segundo o qual Roger Abdelmassih tinha intenção de fugir do país. A Polícia Federal informou que o especialista em reprodução assistida (ele teve o registro médico cassado) requisitou a renovação do documento na semana antes do Natal. Abdelmassih foi condenado pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor contra suas clientes.
A condenação de Abdelmassih saiu em novembro do ano passado. A sentença foi pelos crimes sexuais cometidos contra 39 pacientes. A Justiça considerou verdadeiros os depoimentos das vítimas, que relataram histórias de abuso, quando procuraram o especialista para tratamento de infertilidade.
O médico foi preso na clínica dele, nos Jardins, e ficou quatro meses na cadeia. Foi libertado na véspera do Natal de 2009. O médico é procurado pela polícia.
O bandido da luz vermelha, João Acácio Pereira, foi preso em agosto de 1967, enquanto estava foragido no Paraná, foi acusado por quatro assassinatos, sete tentativas de homicídio e 77 assaltos, sendo condenado a 351 anos, 9 meses e três dias de prisão, dizem que cometeu estupro ou que teve relações sexuais com algumas vítimas de seus crimes, porém não foi acusado deste crime.


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