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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Hoje, a desigualdade de renda (no Brasil) cai mais rápido do que provavelmente em qualquer outro país do mundo.

New York Times responde à mulher de Cerra

Na foto, a notável estadista chilena num momento da campanha (perdida)


Saiu no New York Times:

Today, however, Brazil’s level of economic inequality is dropping at a faster rate than that of almost any other country.  Between 2003 and 2009, the income of poor Brazilians has grown seven times as much as the income of rich Brazilians.  Poverty has fallen during that time from 22 percent of the population to 7 percent.


Hoje, a desigualdade de renda (no Brasil) cai mais rápido do que provavelmente em qualquer outro país do mundo. Entre 2003 e 2009 (no Governo Lula – PHA) a renda dos pobres brasileiros cresceu sete vezes mais do que a renda dos brasileiros ricos. A pobreza caiu naquele período (do Governo Lula – PHA) de 22% da população para 7%.

Trata-se de reportagem de Tina Rosenberg, que foi editorialista do New York Times e recebeu o respeitado prêmio Pulitzer por um livro sobre o “os fantasmas que rondam a Europa depois do comunismo”.

Navalha
O ordinário blog Conversa Afiada não seria capaz de ousar comparar Rosenberg a Monica Serra, notável estadista chilena que abrilhantou a campanha eleitoral de 2010, no Brasil.
Como se sabe, a estadista chilena participou ativamente da campanha – e de algumas missas – com duas inesquecíveis intervenções.
Primeiro, quando deu curso à “questão do aborto”, iniciada pela Blá-Blá Marina, que, como se sabe, acabou como espécie, verdíssima, do bosque do Padim Pade Cerra.
Depois, a notável estadista chilena deu curso ao preconceito da elite branca (e separatista, no caso da elite de São Paulo) contra o programa Bolsa Família.
O Conversa Afiada recomenda a leitura atenta da reportagem da Tina.
Trata-se, evidentemente, de uma resposta à estadista Monica Serra.
Lá está.
O sucesso do Brasil no combate à pobreza se deve em grande parte a um único programa: o Bolsa Família.
Por causa do Bolsa Família, o Brasil, breve, conseguirá ser uma sociedade menos desigual que a americana, se os Estados Unidos não reagirem.
De 1980 a 2005, mais de 4/5 do aumento da renda dos Estados Unidos foram para o 1% mais rico da população.
Lula tem o mérito, segundo Rosenberg, de ter consolidado diversos programas de combate à fome e tês-lo expandido.
(Portanto, essa história de que foi a D. Ruth que fez o Bolsa Família e não o Lula é o mesmo que dizer que o Henry Ford foi quem fez a Ferrari).
O Bolsa Família cobre 50 milhões de brasileiros e é, segundo Rosenberg, “the most important government antipoverty program the world has ever seen”.
Um programa de “conditional cash transfer” – transferência de dinheiro sob condições (botar o filho na escola).
Diz ela: o mais importante programa governamental contra a pobreza que o mundo jamais viu.
Mas, para a notável estadista chilena, o Bolsa Família estimula a vagabundagem.
Clique aqui para ler “A guerrilheira Dilma viu além das 200 milhas”, onde este ordinário blogueiro trata da entrevista que fez com a Ministra Tereza Campello, responsável pelo Bolsa Família.




Paulo Henrique Amorim

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