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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 05, 2011

WikiLeaks, CIA & Veja






capa380Julian Assange entregou as provas do financiador ideológico-mor da revista Veja. Documentos a serem divulgados hoje, 04/01/2011, explicam a coincidência entre os interesses eleitorais de Álvaro Uribe, o exílio do padre colombiano Francisco Antonio Cadena Collazos, conhecido como Padre Olivério Medina, e a matéria da revista Veja acusando o PT de participação nas FARC.

Segundo matéria assinada pela correspondente da WikiLeaks no Brasil, Natália Viana, em 2005 a Colômbia pediu a extradição e a embaixada americana prontamente se aliou. Daí a razão pela qual a Veja e seus aliados no Congresso, fomentados pela CIA, pa$$aram ao ataque. O incentivo da CIA vem agora comprovado pelo esforço diplomático em benefício da política eleitoral de Uribe, aliado incondicional dos EUA.

No documento fica particularmente evidente o empenho da tríplice aliança, Álvaro Uribe, EUA e VEJA, quando o “ embaixador aconselha que o governo americano ajude a Colômbia a montar um argumento “o mais forte e mais detalhado possível contra Cadena”: “Associar isso com quaisquer novas informações ou inteligência que os serviços do governo colombiano ou americano possam obter sobre a história de Cadena nas ações militares das Farc também seria útil”. E a Veja cumpriu seu papel! Mandou e todos seus colonistas pa$$aram a tratar do tema diuturnamente.

Assim como as campanhas eleitorais são financiadas visando um benefício futuro, as matérias celulares (pré-pagas) da VEJA também escondem, ou revelam, que intere$$es escondem ou revelam…

Uma mão lava a outra

E as duas, a bunda. O assunto envolvendo o PT e as FARC voltou à tona nas eleições do ano passado. Como ficou provado em documento anterior vazado pela Wikileaks, houve dobradinha durante a campanha. Dobradinha servida pelo Índio da Costa que Serra engoliu sem mastigar. Ou, pelas provas de agora, saboreou. Para defender os interesses americanos o vice de José Serra trouxe a baila novamente o tema da ligação do PT com as FARC (e o TSE deu direito de resposta ao PT), e, com isso, a Chevron ganhou de Serra a promessa que, se eleito, mudaria as regras do Pré-sal em benefício das empresas americanas. Saiba mais sobre as relações do candidato José Serra com os interesses dos EUA, lendo: Nos bastidores, o lobby pelo pré-sal.

PSDB, independência dependente


José Serra esteve “exilado” nos EUA, exatamente o país que apoiava a ditadura. Fernando Henrique foi financiado pela Fundação Ford com o único intuito de criar a doutrina segundo a qual o Brasil só seria independente se dependesse dos EUA. Uma independência tutelada…

Como se vê, nos tempos atuais urge uma WikiLeaks que trate da movimentação financeira entre a CIA e a VEJA. Seria a prova do que já sabemos!

*desabafoBrasil

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