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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 17, 2011

Dilma chora ao lançar programa para pessoas com deficiência
17 de novembro de 2011 12h36 atualizado às 13h01



Presidente lança plano para garantir direitos de deficientes. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Presidente lança plano para garantir direitos de deficientes
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

DIOGO ALCÂNTARA
Direto de Brasília
Enquanto começava seu discurso durante um evento da chamada "agenda positiva", a presidente Dilma Rousseff se emocionou e chorou quando começou sua fala. "Hoje é um dia em que vale a pena ser presidenta", quando embargou a voz. Dilma lançou nesta quinta-feira um plano voltado para pessoas com deficiência.
Chamado de "Viver sem Limites", o programa tem metas para até 2014 e previsão orçamentária de R$ 7,6 bilhões. As ações do programa serão executadas por 15 órgãos do governo federal e a coordenação ficará por conta da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.
O Viver sem Limites tem ações previstas nas áreas de educação, saúde, inclusão social e acessibilidade. São esperados investimentos, por exemplo, em salas de aula com recursos multifuncionais, oferta de 150 mil vagas exclusivas para pessoas com deficiências em cursos federais de formação profissional e tecnológica.
O programa também vai implementar Centros de Referência para oferecer apoio a pessoas com deficiência em situação de risco, como extrema pobreza, abandono e isolamento social. Do montante do orçamento previsto, R$ 72,2 milhões serão destinados a esses centros.
Dilma também lembrou do desempenho dos atletas paraolímpicos brasileiros, que estão disputando os jogos de Guadalajara que, segundo a presidente, "já ultrapassaram a marca de centenas de medalhas e nos enchem de orgulho".
Terra

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