A entrevista-fantasma da petroleira-fantasma
Hoje, o Blog da Miriam Leitão consegue mais uma proeza jornalística.Publica uma “entrevista” com um ente inumano: uma empresa.
Vejam: não é uma entrevista com o presidente da empresa, com o diretor da empresa, sequer com o porta-voz da empresa.
É com “a empresa”, assim mesmo, a “a empresa”.
A empresa fala, com travessão, aspas, personificada, mas sem um nome e um sobrenome.
É mais uma conquista do jornalismo pátrio.
A empresa “fala”, “afirma”, “diz”. Fez-me lembrar o ginásio e a luta para aprender o que era prosopopéia, a figura de linguagem que empresta características humanas a seres inanimados.
Atenção estudantes de comunicação: se voc~es não aprenderem lá o que é jornalismo, vão, ao menos, aprender o que é prosopopéia.
Chevron, enfim, vira caso de polícia
Agora a mídia não vai poder mais varrer para debaixo do tapete as circunstâncias do acidente que está causando um imenso desastre ambiental, sob seu silêncio, há uma semana.
Como havia deterniado a presidenta Dilma Rousseff, iniciou-se a investigação oficial sobre o vazamento de petróleo provocado pela Chevron no Campo de Frade, a 370 km da costa do Rio de Janeiro.
E é com a Polícia Federal, sem muita “gracinha”.
O delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal já mandou agentes lá – onde a imprensa não se interessou em ir – e é bem objetivo em suas declarações no G1:
“(…)técnicos da PF estiveram na plataforma nesta quinta-feira (15) e encontraram divergências sobre o que foi informado pela Chevron sobre o vazamento. Entre elas estão a quantidade de navios que recolhem o óleo no local (a empresa afirmou que são 17 e a PF encontrou apenas um, de acordo com o delegado), o tempo para a selagem do poço e o tamanho da mancha de óleo. “Eles disseram que a mancha vem diminuindo e ela vem aumentando”.
Meu Deus, e a gente perguntando aqui quais eram os navios, onde estavam, como é que se estava medindo a mancha, caçando fotos de satélite, enquanto o nossa mídia ficava inerte!
Agora que não podem mais esconder, anotem o que digo, vão fazer o possível para jogar responsabilidades sobre a Petrobras, que não tem qualquer envolvimento nas operações desenvolvidas no campo.
Como havia deterniado a presidenta Dilma Rousseff, iniciou-se a investigação oficial sobre o vazamento de petróleo provocado pela Chevron no Campo de Frade, a 370 km da costa do Rio de Janeiro.
E é com a Polícia Federal, sem muita “gracinha”.
O delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal já mandou agentes lá – onde a imprensa não se interessou em ir – e é bem objetivo em suas declarações no G1:
“(…)técnicos da PF estiveram na plataforma nesta quinta-feira (15) e encontraram divergências sobre o que foi informado pela Chevron sobre o vazamento. Entre elas estão a quantidade de navios que recolhem o óleo no local (a empresa afirmou que são 17 e a PF encontrou apenas um, de acordo com o delegado), o tempo para a selagem do poço e o tamanho da mancha de óleo. “Eles disseram que a mancha vem diminuindo e ela vem aumentando”.
Meu Deus, e a gente perguntando aqui quais eram os navios, onde estavam, como é que se estava medindo a mancha, caçando fotos de satélite, enquanto o nossa mídia ficava inerte!
Agora que não podem mais esconder, anotem o que digo, vão fazer o possível para jogar responsabilidades sobre a Petrobras, que não tem qualquer envolvimento nas operações desenvolvidas no campo.
*Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário