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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 17, 2011

Lupi tem que ficar

Sardemberg foi quem autorizou a BrOi na Anatel

O ansioso blogueiro assistiu a trechos da sabatina do Ministro Lupi no Senado.

O buzilis da questão é:

1) Lupi usou dinheiro do Erário para ir ao Maranhão ?

Resposta: não.

2) Lupi usou o Ministério do Trabalho para beneficiar o empresário porque é dono do avião em que viajou?

Não.

O resto, como diria o Nelson Rodrigues, é o luar de Paquetá.

Se o amigo navegante fosse Ministro do Trabalho andaria de avião sem saber quem é o dono ?

Não.

Não é correto.

Como não foi correto o Ministro Sardenberg do Governo impoluto do Farol de Alexandria usar avião da FAB para passear em Fernando de Noronha.

E o Supremo o absolveu por 6 a 5 porque, segundo o Supremo, ministros merecem um tratamento  especial …

Viva o Brasil !

Como não é correto o Senador Heráclito Fortes andar para cima e para baixo no jatinho do banqueiro condenado.

Mas, isso não justifica mandar o Lupi embora.

Lupi chamuscou a imagem do Governo Dilma ?

Sim.

Dilma deveria trocá-lo na próxima reforma ministerial.

Provavelmente sim.

Dilma deveria ceder à Veja ?

Não.

Agora, amigo navegante, o PiG é nocivo não porque denuncie corrupção.

Lupi não meteu a mão no Erário.

Lupi não comprou ambulância super-faturada.

Tem que ficar.

Em tempo: a última intervenção na sabatina foi a do Senador tucano de São Paulo e filiado ao PT, Eduardo Suplicy, lhe garantiu trânsito livre no PiG. Breve será entrevistado no “Entre Caspas” da Globo News.



Paulo Henrique Amorim

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