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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 11, 2011

Embaixador americano ofende Brasil 

 

 

quinta-feira 10 de novembro de 2011
Movimentos Sociais pedem expulsão de Embaixador dos EUA no Brasil, Robert Noriega, devido entrevista provocativa e desrespeitosa ao país na revista VEJA.
Por ZÓBIA SKARTINNI e KHATARINA GARCIA
MIDIA SEM FRONTEIRAS: RJ\SP\ BR - Em 08.11.11 p\ZS e KG. Indignados com a entrevista do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Robert Noriega, concedida à revista Veja, esta semana e já nas bancas, os movimentos sociais brasileiros reunidos em caráter de urgência em Brasília-DF, nesta quarta feira 09, revoltados com as declarações do embaixador norte americano que agridem a soberania brasileira e ao povo sul americano decidiram protestar, levando ao conhecimento público o desrespeito para com o país e solicitar ao Ministério das Relações Exteriores, a expulsão do diplomata norte americano do país.
Convidados pelo MDD, Movimento Democracia Direta, pela EPP, Escola de Formação Política Poder Popular, pelo JSF, Justiça Sem Fronteiras,Centrais Sindicais e diversos sindicatos de trabalhadores, associações de moradores, grêmios estudantis, centros acadêmicos e DCEs - Diretórios Centrais de Estudantes, além de movimentos culturais e ambientalistas, LGBTs, intelectuais ligados a UNIPOP - Universidade de Políticas do Movimento Popular, foi elaborado um documento a ser encaminhado ao Itamaraty pedindo a expulsão do Embaixador, que na entrevista acusa o Brasil de dar cobertura e servir de base para o terrorismo internacional.
Robert Noriega acusa o Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de permitir o uso do solo venezuelano para a prática do terrorismo contra os EUA e afirma que o Presidente Evo Morales, em conjunto com o Irã, está treinando milícias terroristas para atacar os EUA. Critica também o Presidente do Equador, Rafael Correa e textualmente diz que o Brasil será alvo de atentados durante a Copa do Mundo. Afirma que o Brasil tem que mudar sua política externa e expressa diversas opiniões onde interfere diretamente nos assuntos internos do país.
Segundo os participantes da reunião, a entrevista é provocativa e quer levar pânico ao povo brasileiro. Classificam as acusações do embaixador norte americano contra os Presidente Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e Ahmednejad de fantasiosas e de querer envolver o Brasil numa armadilha contra aliados históricos e benfeitores da humanidade, como os quatro chefes de estado citados. Um dos participantes da reunião, dirigente do MDD no DF, afirmou que com a entrevista o embaixador quis levar o pânico ao povo brasileiro para que se manipule a opinião pública contra a Venezuela, a Bolívia, o Equador e o Irã. "Terrorista são os EUA e seu presidente Barack Obama e a Secretária de Estado Hillary Clinton, assassinos de crianças e mulheres indefesas como fazem no Iraque, Afeganistão e Líbia".
No texto, além de pedirem a expulsão do embaixador e admitirem a organização de protestos populares nos consulados norte americanos em todo o Brasil, por parte dos estudantes e trabalhadores, os manifestantes afirmam que os EUA com a entrevista do Embaixador querem preparar a opinião pública brasileira para um atentado que, eventualmente possa acontecer, mas que segundo o documento se acontecer será perpetrado pelos EUA, através da CIA, Agência Central de Inteligência e de seus agentes infiltrados no Brasil. Classificam a CIA como uma organização paramilitar e terrorista. E em resposta a declaração do embaixador de que todas as embaixadas do Irã na América latina tem células terroristas, os líderes dos movimentos sociais afirmam que a maioria dos diplomatas norte americanos em território brasileiro é que são agentes terroristas treinados pela CIA para difundir boatos extremistas e ações terroristas contra países amigos como a Venezuela, Bolívia, Equador e Irã, países estes, todos os quatro acusados pelo embaixador como bases do terrorismo internacional, com a conivência do Brasil.
O documento está sendo enviado a mais de dois milhões de pessoas, em todo o Brasil e na América Latina, através das redes sociais e das listas dos sindicatos e entidades dos movimentos populares do continente, centrais sindicais e organizações populares. O embaixador acusa o Brasil de ser complacente e apoiar o terrorismo na Tríplice Fronteira, os líderes dos movimentos sociais afirmam que existem evidencias de que o próprio EUA planejam um atentado para culparem o Irã, a Bolívia e a Venezuela, e que, além do pedido de expulsão do diplomata, os movimentos populares pedem publicamente que a Policia Federal brasileira e os serviços de inteligência e segurança do Brasil investiguem a ação dos agentes terroristas norte americanos que atuam na região.
Os manifestantes dizem ainda que todas as acusações com certeza serão respondidas pelo governo brasileiro, que tem o apoio dos movimentos sociais para continuar com a política externa que desenvolve; que o embaixador fala pelas empresas que querem participar da Copa do Mundo no Brasil e que na área de segurança será um temeridade se alguma norte americana participar, pois através destas poderá haver infiltração e perigo da pratica de terrorismo por parte do governo dos EUA.
A Revista Veja também foi motivo de critica por parte dos manifestantes, uma vez que, ao que tudo indica, com espaço comprado através de contrato de serviço da revista para com a embaixada norte americana no Brasil, existe uma suposta ligação com os serviços secretos norte americanos, como o que foi descoberto e denunciado pelo Wilkileakes envolvendo o Jornalista da Rede Globo, William Waack, como informante e o homem da CIA na Globo; a Revista Veja também está sob suspeita dos movimentos populares de colaboração com o governo dos EUA. Ontem, ao sair da reunião, na sede do MDD, os manifestantes queimaram diversas revistas na Rodoviária de Brasília, num gesto simbólico de protesto contra o que chamaram de promiscuidade entre a VEJA e os EUA. Outros levaram outros exemplares da revista para queimarem nas universidades.
Ver online : Midiacrucis
*Ciranda.net

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