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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, novembro 16, 2011

Mossad sob suspeita de estar por trás de explosão na base iraniana dos Pasdaran


AFP/ LOUAI BESHARA)
Ahmadinejad e Pasdaran (foto: AFP/ LOUAI BESHARA)
No sábado passado, houve uma violenta explosão na base militar dos pasdaran (guarda revolucionária) localizada em Bigdaneh, a oeste da capital Teerã.
Em razão da explosão, morreu o general Hassan Moghaddam, responsável pelo programa iraniano de mísseis, incluídos os que, segundo Israel, EUA e Grã-Bretanha, terão testadas atômicas. Outros 16 militares também faleceram com a explosão.
O governo do presidente Marmoud Ahmadinejad suspeita de sabotagem. E a revista Time, que está nas bancas, sustenta tratar-se de sabotagem comandada pelo Mossad, serviço secreto de Israel.
Além da explosão na base de mísseis em área sob controle dos pasdaran, uma cyber-sabotagem restou imposta ao sistema informático dos centros nucleares iranianos, cujo governo sustenta que operam programas com finalidade pacífica. Dois vírus, Stuxnet e Duqu, espalharam-se e danificaram diversos programas e comandos de redes telemáticas de dados.
Por outro lado, e para aumentar o clima de tensão, três conhecidos cientistas iranianos foram há pouco assassinados. Todos eles pelo mesmo “modus operandi”, ou seja, por um grupo armado que usava motocicletas e capuzes. As causas ainda são desconhecidas.
Pano rápido. Enquanto a diplomacia se movimenta em busca de soluções sobre o programa nuclear iraniano, em especial junto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, Israel ameaça com ações militares pontuais. EUA e Grã-Bretanha não descartam as ações, mas frisam que esperam por outras saídas e estas pacíficas.
–Wálter Fanganiello Maierovitch
*Terra

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