Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 02, 2011

China manda europeus trabalharem mais e reclamarem menos


 China diz não poder usar reservas para salvar Europa 


A Europa não pode esperar que a China use uma grande porção de suas reservas internacionais de 3,2 trilhões de dólares para salvar nações altamente endividadas, disse uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores do país nesta sexta-feira.

A vice-ministra do Exterior, Fu Ying, disse durante um fórum que o argumento de que a China deveria resgatar a Europa não é válido e que os europeus podem ter entendido mal como a China administra suas reservas.

Ela não descartou explicitamente usar parte das reservas para medidas mais restritas, mas sugeriu que a China não entrará com grande parte de suas "economias" para socorrer a Europa em crise.

"Nós não podemos usar esse dinheiro domesticamente para aliviar a pobreza", disse Fu. "Nós também não podemos levar esse dinheiro para o exterior para dar ajuda."

Economistas estimam que Pequim já investiu um terço de suas reservas em ativos denominados em euro.

(Reportagem de Michael Martina)

*esquerdopata

Nenhum comentário:

Postar um comentário