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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, dezembro 13, 2011

Dilma abriu hoje 12,5 mil bolsas de estudo no exterior

Governo abriu hoje inscrições para alunos de graduação interessados em passar um ano estudando no exterior. São 12,5 mil bolsas nos EUA e outros países. Veja o que é preciso fazer para concorrer
Presidenta Dilma lançou regras do programa Ciências sem Fronteiras, que vai beneficiar 101 mil pesquisadores e estudantes até 2014
Começaram nesta terça-feira, dia 13, as inscrições para alunos de graduação interessados em passar um ano fora do País. A presidenta Dilma Rousseff lançou, em Brasília, os editais que vão selecionar 12,5 mil universitários com bolsa de estudo da modalidade sanduíche nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália e França. O prazo para concorrer termina no dia 15 de janeiro. Na solenidade, a presidenta também assinou decreto que regulamenta o programa Ciência sem Fronteiras, que vai conceder ao todo 101 mil bolsas até 2014.
O Ciência sem Fronteiras vai beneficiar estudantes e pesquisadores das áreas de ciências básicas, engenharia e tecnologia, nas modalidades graduação-sanduíche, educação profissional e tecnológica e pós-graduação (doutorado-sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado). Segundo a presidenta, o desafio lançado há 140 dias foi transformado em realidade. Do total de bolsas a serem concedidas, 75 mil serão financiadas pelo governo e 26 mil pela iniciativa privada, conforme Dilma havia pedido no lançamento do programa em julho. Colaborarão com o projeto instituições como Febraban, CNI, Petrobras, Vale entre outras.
Nesta terça-feira, foram anunciados os nomes dos primeiros 1.500 alunos de graduação beneficiados com bolsas para os EUA. A chamada pública coordenada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em caráter experimental recebeu 7.007 inscrições. Os primeiros 841 embarcam em janeiro de 2012 e os demais seguirão em julho para curso de idioma.
Os critérios para seleção para as bolsas diferem em cada edital, mas têm pontos em comum. Os candidatos de graduação devem ter no mínimo 600 pontos no Enem e ter bom desempenho acadêmico. Prêmios em olimpíadas escolares e participação em projetos de iniciação científica também contam pontos. Para Dilma, o programa valoriza o mérito, mas vai garantir também que estudantes que não são de classes abastadas não sejam prejudicados. Para isso, uma série de ações serão realizadas para auxiliar estudantes a superarem a barreira da língua estrangeira, como cursos em universidades federais e, para os selecionados, aulas no exterior.
“Esse é um programa que tem na base critérios essenciais. Primeiro, o mérito. E segundo, para aqueles que têm mérito, vamos dar oportunidades para dar acesso à segunda língua”, explicou.
Atração de cientistas
Além de enviar estudantes brasileiros para o exterior, o Ciências Sem Fronteiras também vai trazer estrangeiros ou brasileiros que atuam em outros países para o Brasil. Através do projeto Atração de Jovens Talentos serão buscados jovens pesquisadores residentes no exterior, preferencialmente brasileiros, que tenham destacada produção científica e tecnológica. Pelo Pesquisador Visitante Especial  serão atraídos por período de três anos pesquisadores de alto nível, que se destacam na área onde atuam.
O primeiro, do projeto chamado Atração de Jovens Talentos, pretende atrair e fixar jovens pesquisadores residentes no exterior, preferencialmente brasileiros, que tenham destacada produção científica e tecnológica. A partir desta sexta-feira, os interessados poderão apresentar projetos de pesquisas (ligados a programas de pós-graduação ou órgãos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação) para disputar as bolsas, de R$ 7 mil mensais (durante um a três anos).
O outro, Pesquisador Visitante Especial, prevê a oferta de bolsas de intercâmbio para pesquisadores de alto nível, que tenham destaque nas áreas que atuam. A proposta é mantê-los no País por, no máximo três anos, oferecendo auxílios mensais de R$ 14 mil e ajuda de custo para a pesquisa de até R$ 50 mil por ano de projeto. As propostas também poderão ser apresentadas a partir de sexta-feira e vão até 15 de fevereiro.
Inscrições pela internet
As informações sobre as bolsas e as exigências para concorrer estão no site do programa Ciência sem Fronteiras. No mesmo endereço, interessados em concorrer devem preencher formulários e enviar documentação em formato PDF.
*Colaborou Priscilla Borges, iG Brasília

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