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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 14, 2011

França não consegue vender seu caça Rafale e produção deve ser encerrada

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Produção do caça francês Rafale pode parar por falta de compradores.

SÃO PAULO – A produção dos caças Rafale da França pode ser interrompida se os compradores estrangeiros não se materializarem, alertou nesta quarta-feira o ministro da Defesa francês Gerard Longuet. Ele sustentou que o Rafale – que há muito tempo não consegue vencer uma concorrência internacional e atualmente é usado somente pelas forças armadas francesas – é um “excelente avião”. Porém, o ministro reconheceu que o caça é prejudicado pelo seu preço, que é mais alto que seu concorrente dos EUA.
“Se a Dassault [companhia de aviação francesa] não exportar o avião, sua produção será de fato interrompida”, disse Longuet em entrevista para a tevê francesa. Ele acrescentou que a produção não será reduzida até a Dassault completar a entrega das encomendas das Forças Armadas Francesas.
As alardeadas vendas para o Brasil e a Líbia falharam em se materializar, mas Longuet destacou que os Rafale continuam na disputa para obter um contrato nos Emirados Árabes Unidos e na Índia. A Dassault está concorrendo com o consórcio europeu Eurofighter por um contrato de US$ 11 bilhões para fornecer 126 aviões de combate para a Índia.
No mês passado, a Suíça optou por desistir do Rafale e preferiu comprar 22 caças Gripen da sueca Saab por 3,1 bilhões de francos suíços (US$ 3,37 bilhões). O Gabinete suíço disse que o custo foi um fator na escolha do Gripen.
Questionado sobre a derrota na Suíça, Longuet disse que “o exército suíço estava inclinado em direção ao Rafale”, mas que o governo decidiu que o Gripen era “suficiente” para atender as necessidades de um país neutro, onde os caças não são usados em missões de combate.
Em serviço na Força Aérea da França desde 2006, os Rafale são usados para dar apoio aéreo no Afeganistão desde 2007 e desempenharam um importante papel na recente campanha da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Líbia, no qual foi utilizado apenas o poder aéreo.
Longuet acrescentou que no evento de uma suspensão da produção, a Dassault continuar a fazer a manutenção dos aviões Rafale existentes até o fim de sua vida de 40 anos.

POUSO FORÇADO
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Durante uma entrevista a TV LCP, o Ministro da Defesa da França Gerard Longuet afirmou que a produção do caça Rafale poderá parar se o avião não for exportado antes das forças francesas receberem todas as suas unidades.
A alegação foi imediatamente divulgada de maneira distorcida por vários meios de comunicação da França (AFP e EFE) e também no meio internacional, indicando que a produção seria terminada em breve, mas segundo o minstro deve permanecer em funcionamento até 2018 no mínimo, e mantendo o ritmo atual, até 2025. Apesar da crise com a falta de pedidos do caça frances ,o ministro garantiu que todas manutenções e peças continuarão disponíveis por muito mais tempo.

INDEFINIÇÃO BRASILEIRA
Nos últimos três anos, a imprensa francesa chegou a alardear várias vezes que o Brasil anunciaria a escolha dos Rafale para modernizar a Força Aérea Brasileira, apesar do avião da Dassault ter o maior preço entre os três finalistas da concorrência, que inclui a americana Boeing com o F-18 e a sueca Saab com o Gripen (foto abaixo).
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Em setembro de 2009, durante uma visita do presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o país assinaria um contrato multibilionário com a França para receber os Rafale. Essa manifestação provocou forte reação dos demais concorrentes e o anúncio final sobre o vencedor da concorrência foi sendo adiado sucessivamente, atropelado pela conjuntura nacional e internacional – incluindo a eleição presidencial de 2010, a posse do governo Dilma Roussef e, finalmente, a incerteza gerada pela atual crise econômica mundial.


Fonte:Valor Econômico-por:(Suzi Katzumata | Valor, com Associated Press)/vídeo reportagem LCP-via: Cavok;FUNTIMESTEVE VIDEOS (Military)-via:Youtube.com

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