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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Paris expulsa sem-abrigo das principais zonas comerciais e turísticas


O governo de Sarkozy decretou gerra aos cidadãos sem-abrigo e a todos quantos estejam a pedir nas ruas de Paris, ilegalizando a sua presença nas principais zonas comerciais e turísticas da capital francesa. O presidente da câmara acusa Sarkozy de, com estas "zonas livres de sem abrigos", estar a estigmatizar uma parte da população.
Paris expulsa sem-abrigo das principais zonas comerciais e turísticas
A riqueza e o brilho das montras dos Campos Elísios não vai ser “importunada” com imagens de pobreza ou de mendigos a pedir ajuda. Com o desemprego a crescer e a crise social a atirar para a pobreza um número crescente de pessoas, Sarkozy decidiu que o melhor mesmo é esconder a pobreza dos olhares dos turistas e de quem anda a comprar as prendas de Natal.
O ministro da administração interna, e um dos políticos mais influentes do consulado de Sarkozy, emitiu um conjunto de decretos a proibir a mendicância nas zonas mais turísticas e onde estão as principais artérias comerciais de Paris. De acordo com Claude Guéant, que o jornal “Libération” acusa de ser “a voz de Le Pen”, prender e multar os mendigos é uma medida fulcral para que os turistas não sejam importunados por “delinquentes” e gangs organizados.
Os Campos Elísios foram a primeira “zona livre de sem-abrigos”, numa lista agora acrescida de mais duas zonas comerciais, o Louvre e os Jardins das Tulherias. A guerra aos sem abrigo lançada por Sarkozy já levou mesmo ao choque com o presidente da capital francesa. Bertrand Delanoe, um dos políticos com melhor imagem nas varias sondagens realizadas em França, acusa Sarkozy de estar a "estigmatizar uma parte da população". Para o presidente da câmara de Paris, e dirigente do Partido Socialista Francês, “esperar que se combata a pobreza pela repressão e multas é ainda mais chocante quando é o próprio Estado que não está a cumprir as suas responsabilidades em garantir habitação aos mais pobres e jovens”.
A quatro meses das eleições presidenciais, o partido de Sarkozy tem vindo a centrar a sua campanha num crescente discurso populista sobre a segurança e o combate à criminalidade, dois temas caros à Frente Nacional de Marine Le Pen, com quem tenta disputar eleitorado.
A associação entre pobreza e criminalidade junta-se, agora, há que Sarkozy estabeleceu o ano passado entre imigração e crime. Na altura, a ameaça de expulsão dos cidadãos ciganos mereceu o repúdio internacional generalizado. Um ano depois, a população cigana em França não diminui, mas, de acordo com várias associações não governamentais, vive agora numa situação de maior pobreza e num clima de receio permanente pela sua segurança.
 

Polícia britânica testará laser para cegar manifestantes


As engenhocas da burguesia jamais poderão parar o povo!


Efeito da nova arma é temporário, mas promete dispersar protestos

A polícia britânica estuda o uso de uma nova arma não letal que causa uma cegueira temporária em manifestantes. O SMU-100, segundo revelou o jornal The Telegraph, é capaz de emitir um laser para desnortear aqueles que o encaram de forma direta.

A arma se parece com um rifle e possui um pode de alcance de 500 metros. Além disso, o raio de luz pode atingir uma área de três metros quadrados. Com um custo de 25 mil libras esterlinas (aproximadamente 72 mil reais), o aparelho consegue atingir até mesmo pessoas em situações de má visibilidade.
Efe
Segundo o fabricante, a empresa Photonic Security Systems, o efeito do laser é similar ao ato de se olhar diretamente para o Sol por alguns segundos. Desta forma, os manifestantes seriam forçados a recuar e o protesto seria dissipado.
A intenção da polícia britânica é combater com mais efetividade qualquer tipo de protesto semelhante aos que ocorreram no último mês de julho, quando milhares de britânicos saíram às ruas indignados com a morte pela polícia de um morador do subúrbio londrino.
“O sistema dará à polícia um elemento de dissuasão visual intimidador. Se você não pode ver algo, não pode atacá-lo”, afirmou Paul Kerr, diretor da empresa, ao jornal The Sunday Times.
Ainda não há informações comprovadas a respeito de possíveis danos físicos a quem é atingido pelo laser. Apesar disso, uma fonte do Ministério do Interior afirmou que cientistas do Centro de Ciência e Tecnologia Aplicadas comprovaram o mérito da arma.
Segundo o Telegraph, armas similares são usadas pelas tropas da ISAF (Forças Internacionais de Assistência para a Segurança) no Afeganistão para proteger as caravanas de possíveis ataques de tropas insurgentes.
 *cappacete

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