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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Globo tenta e não consegue derrubar o Pimentel


 



Poeta: as sobrancelhas falam

O jornal nacional desta terça-feira fez o que pôde para derrubar o Ministro Fernando Pimentel, da Indústria.

Como o Ali Kamel não entende de televisão, ele literalmente copiou a edição impressa do Globo que imprimiu uma suspeita que não provoca suspeita em ninguém – clique aqui para ler “Globo diz só até a página 3 que Pimentel não roubou”

Depois dessa longa leitura, o espectador virou a página e se deparou com um “tom”, um “ambiente” de deslavada corrupção.

Um suposto líder do PSDB deu uma declaração notável: se houver suspeita ele tem que se explicar.

Não se pode conviver com a suspeita.

A suspeita é inadmissível !

Suspeita de quem, cara pálida ?

Do Ali Kamel ?

O Conversa Afiada, por exemplo, suspeita que esse cavalheiro não pode ser líder de partido nenhum.

A suspeita é livre, não é isso, amigo navegante  ?

Aí, vem uma repórter de nome Bomtempo, que, por bom tempo, parecia a vice-lider da oposição ao Governo Lula, na bancada do Bom (?) Dia Brasil.

Deve ter sido promovida – suspeita-se.

No fim, Pimentel explica tudo.

Renda compatível com os valores do mercado.

Nota fiscal.

Tributo recolhido.


Ganhou um bom dinheiro.

Ganhou um bom dinheiro quando estava fora do Governo.

Como faz o Padim Pade Cerra, hoje, que está fora do Governo, com suas inúmeras palestras mundo afora..

Ou o Farol de Alexandria.

O problema não é ganhar dinheiro fora do Governo.

É ganhar dentro, diria o Toni Palocci.

O interessante também observar o legado da Fatima Bernardes.

Quando queria revelar a sua indignação, sua perplexidade diante de algum malfeito (geralmente de um trabalhista), Bernardes erguia as sobrancelhas em sinal de veemente protesto.

Pois não é que a Patrícia Poeta fez o mesmo, quando se encerrou a fala do Pimentel ?

Pela eloquência do movimento das sobrancelhas, Poeta deve suspeitar de alguma coisa.

Suspeita-se.

Paulo Henrique Amorim

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