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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 09, 2011

INVASÃO! - EM DEZEMBRO TRÊS MIL MULHERES VÃO 'INVADIR' BRASÍLIA



Na próxima semana, em Brasília, entre os dias 12 a 15 de dezembro, mais de 3 mil mulheres de todo o Brasil se reunirão para discutir políticas públicas para as brasileiras.
http://gabriellordello.files.wordpress.com/2010/07/dilma-depois_02.jpg
A presidenta da República Dilma Rousseff e a ex-presidenta do Chile e diretora executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, confirmaram participação na 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, coordenada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SEPM) entre os dias 12 e 15 de dezembro, em Brasília. A presidenta Dilma participa da cerimônia de abertura do evento, ao lado da ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as mulheres.  Já Michelle Bachelet (foto abaixo) faz palestra no dia 14 de dezembro.
http://0.tqn.com/d/womenshistory/1/0/G/j/2/michelle_bachelet_Nov2006.jpg
Cerca de três mil mulheres estarão reunidas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães para discutir e elaborar políticas públicas voltadas às mulheres brasileiras. Ao final da conferência, a SPM espera avaliar e definir prioridades dentro do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, elaborado em 2007.
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Michelle Bachelet – ex-presidenta chilena e atual diretora executiva da recém criada ONU Mulher, agência das Nações Unidas responsável por políticas de proteção às mulheres – é uma das convidadas para a 3ª Conferência.
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Durante seu governo, Bachelet reforçou o vínculo com os mulheres, transformou o Sernam (Serviço Nacional da Mulher) numa instituição eficaz que passou a medir os índices de violência contra as mulheres e crianças e a pensar em ações que coibissem os problemas que geram violência doméstica. Antes das pesquisas do Sernam não havia um trabalho seguro de registro de feminicídios.
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O Plano é resultado da mobilização realizada na II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres e está organizado em 11 eixos que representam temas prioritários e áreas de preocupação, levantados por representantes da sociedade civil organizada. Para cada eixo há objetivos e metas que se concretizam em 388 ações propostas.
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Agora, o governo federal espera estabelecer prioridades dentre as propostas para a gestão do governo de Dilma Rousseff. Depois de enfrentar e alcançar conquistas em relação ao enfrentamento da violência – como a Lei Maria da Penha e a construção do Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres – o governo, agora, debruça-se no debate sobre a construção da autonomia econômica e social das mulheres, fundamental para alcançar a igualdade entre os sexos. 


Bastidores
*MilitânciaViva

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