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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 14, 2011

Vereador do PT protesta contra censura na casa à Privataria Tucana

Enquanto a lei do silêncio impera nas redações do PIG, "A Privataria Tucana" é tema de acalorados debates até na Câmara Municipal de São Paulo.

Um certo dedo tucano sabotou o clipping feito na casa para os vereadores de forma a censurar a matéria de capa da Carta Capital.
*osamigosdopresidentelula

Tucanos, enfim, vão negar o que diz Amaury

Anuncia o Blog do Noblat que o PSDB tem hoje uma reunião para definir as reações do partido aos documentos expostos no livro de Amaury Ribeiro Júnior.
Dizem que vão processar Amaury, claro.
Nenhuma palavra para negar o que está exposto das mais de 100 páginas documentais do livro.
Os processos, claro, vão dar de cara num instituto chamado “exceção da verdade”, que pode ser usado para provar que é verdadeiro aquilo que o ofendido diz ser calunioso, exceto quando quando o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; quando os fatos são imputados contra o Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro ou ainda se o ofendido foi absolvido do crime imputado por sentença irrecorrível.
Como a turma da privatização não está nos três casos – e o livro de Aamaury não atribui fato algum a FHC – ele poderá apelar para a exceção da verdade.
Aliás, foi isso o que lhe deu acesso, judicial, aos documentos da CPI do Banestado, onde estava o mapa da mina das transações da privataria.
Quem sabe se, com a ação do PSDB, Amaury não obtém mais alguns documentos, legalmente, como já fez no seu livro?
A forma do PSDB reagir é fazer o que ele quer, a todo o momento, contra o governo: uma CPI.
Aí, sim, os assuntos podem ser revelados, as pessoas ouvidas, os documentos requisitados e tudo assistido por quem deve ser o juiz destes fatos: o povo brasileiro.
Se não tem o que temer, como dizem, por que não fazer a CPI?
*Tijolaço

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