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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 14, 2012

Brasil quer 100% dos ônibus e táxis adaptados para a Copa e as Olimpíadas

Transporte AdaptadoO Brasil quer adaptar 100% da frota de ônibus e táxis do país para pessoas com deficiência. E o prazo é 2014, quando várias cidades vão sediar a Copa do Mundo de Futebol. A informação é do secretário nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antonio José Ferreira. Ele está, em Nova York, participando da 5ª. Conferência dos Estados-Parte da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
Antonio José Ferreira explicou como o governo pretende alcançar a meta de acessibilidade. “Com garantia para que as pessoas com deficiência possam ir e voltar dos estádios para sua residência com transportes. Sabemos que é um grande desafio, principalmente com as características de nosso país. Principalmente nos transportes. Temos que estar muito preocupados. Nos estádios, a gente consegue garantir a acessibilidade. Mas o problema é tornar todos a frota de ônibus acessíveis e os táxis acessíveis às pessoas com deficiência”.
Adaptada aos deficientes, Londres serve de inspiração ao Rio-2016
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Descaso:Transporte público coloca em risco vida de cadeirantes em São Paulo

Para Antonio José Ferreira, tornar os transportes acessíveis para a Copa do Mundo e as Olimpíadas é também uma questão de vontade política. “Nós já temos inclusive exemplos de cidades no Brasil que já contam com todos os ônibus acessíveis. Poderia destacar Uberlândia, Goiânia, Joinville, Campinas também tem avançado muito. Então são exemplos de cidades que já têm 95%, 98%, 100% da frota acessível. Então é uma prova de que quando o prefeito quer, quando se tem vontade política é possível conquistar isso aí”.
Ônibus Adaptado em Londres
O secretário informou que aumentar a acessibilidade é o objetivo do programa Viver Sem Limite, lançado pela presidente Dilma Rousseff, em novembro passado.
Segundo Antonio José Ferreira está sendo inserida na pauta do governo, um plano de exoneração fiscal para que os empresários se sintam estimulados “a cada dia mais colocar ônibus acessível nas ruas do Brasil”.
Antônio José Ferreira disse ainda que até 2014, muitas questões já devem ter sido resolvidas. O governo também está trabalhando com as montadoras para incluir as funções de acessibilidade nos veículos.
Segundo as Nações Unidas, mais de 10% da população mundial vive com algum tipo de deficiências.
De acordo com o Governo Brasileiro, 45 milhões de pessoas no país tem deficiência.
*Deficienteciente

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