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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, dezembro 15, 2012


Coreia do Norte celebra sucesso de lançamento de foguete


Por Redação, com Reuters - de Seul


Norte-coreanos aplaudem diante de retratos do fundador do país, Kim Il-sung, e do líder Kim Jong-il, que faleceu, durante comício para comemorar lançamento de foguete
A poucos dias de comemorar um ano no poder, Kim Jong-un pode se orgulhar de ter realizado o antigo sonho norte-coreano de se tornar uma “potência espacial”.
Em um grande desfile nesta sexta-feira em Pyongang, milhares de soldados fardados, além de muitos civis, celebraram a “vitória” obtida por Kim ao lançar nesta semana um foguete para colocar um satélite em órbita.
- Sob a grande liderança de Kim Jong-un, estamos realizando uma sagrada tarefa rumo à nossa última vitória no sentido de construir uma nação forte e próspera – disse Kim Ki-nam, membro do Politburo do Partido dos Trabalhadores da Coreia (comunista), diante da multidão que aplaudia e gritava, a despeito da temperatura gélida.
Dividem os louros com o líder de 29 anos três civis que ganharam força dentro do regime no último ano e que ajudaram Kim a controlar as poderosas Forças Armadas do país, movimento que pode deixar a reclusaCoreia do Norte mais próximo de tentar retomar um diálogo direto com os EUA.
O lançamento de quarta-feira, com o qual a Coreia do Norte pela primeira vez colocou um satélite em órbita, pode ter contribuído para consolidar as posições de Jang Song-thaek, tio de Kim; Choe Ryong-hae, principal estrategista das Forças Armadas; e Ju Kyu-chang, de 84 anos, chefe do programa nuclear e de mísseis do país.
- O lançamento do foguete reforça politicamente para a posição de Jang Song-thaek e Choe Ryong-hae, que têm estado ao redor de Kim Jong-un – disse Baek Seung-joo, do Instituto de Análises de Defesa da Coreia, ligado ao governo sul-coreano.
Potências internacionais dizem que o lançamento norte-coreano violou resoluções da ONU que proíbem o desenvolvimento de tecnologias relacionadas a armas nucleares e mísseis balísticos. Muitos analistas suspeitam que o foguete sirva de teste para um futuro míssil de longo alcance que seja capaz de levar uma ogiva nuclear ao território continental dos EUA.
Embora os EUA tenham condenado o lançamento e defendido o endurecimento das sanções à Coreia do Norte, ainda em fevereiro o governo norte-americano propunha oferecer ajuda alimentar a Pyongyang. Na época, fazia pouco mais de um ano que a Coreia do Norte havia bombardeado uma ilha sul-coreana, matando civis, e afundado um navio militar sul-coreano.
A ascensão de Jang e Chae especialmente, outrora ridicularizados como “falsos” militares por veteranos do Exército, junto com o idoso burocrata-chefe do programa de mísseis, pode também indicar que o renegado regime está tentando se fortalecer para negociações nas quais consiga ajuda e concessões. 
*Averdade

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