Direita na prática: PSDB é contra a redução da tarifa de energia elétrica defendida por Dilma e pelo PT. Lembrando, foram FHC e Serra que privatizaram o setor. Agora, tucanos saem em defesa dos interesses das multinacionais que abocanharam a preço de banana e exploram a peso de ouro a energia elétrica brasileira
PSDB é contra a redução da conta luz
por Altamiro Borges
As empresas de energia elétrica, muitas delas multinacionais, declararam
guerra à medida provisória do governo que reduz o preço das contas de
luz no bojo da renovação das concessões públicas. Nesta campanha
terrorista, elas contam com dois aliados de peso: a mídia privada e o
PSDB, tendo à frente o senador Aécio Neves. Há quase um mês, o braço
político-midiático destas corporações investe contra a medida, que visa
baratear os custos da energia elétrica e incentivar o crescimento
econômico do país.
Ontem, a presidenta Dilma Rousseff sinalizou que não pretende recuar
diante da pressão. O governo reafirmou que manterá os prazos e as regras
fixadas para a renovação das concessões no setor. Segundo a Folha, “num
informe verbal, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República
descartou qualquer negociação com o Congresso e com o setor elétrico
sobre a possibilidade de abrir uma ‘janela’ para que as empresas que
deixaram de aderir ao programa de renovação o façam depois de aprovada a
MP”.
O cambaleante Aécio Neves
O Palácio do Planalto "quer que o texto seja aprovado sem alterações e
sem atender à pressão das empresas”, afirma o jornal. O senador Renan
Calheiros (PMDB-AL) é o relator da Medida Provisória 579, que deverá ser
votada nas próximas semanas. Até lá, o lobby das companhias tende a
crescer. Diariamente, os jornalões têm publicado artigos apocalípticos
sobre o tema. Afirmam que há risco de colapso no setor elétrico, de
novos “apagões”, com a não renovação das concessões e o fim dos
investimentos.
Na linha de frente desta campanha terrorista da mídia estão renomados
tucanos. O senador mineiro Aécio Neves, que tenta salvar sua cambaleante
candidatura presidencial, foi o primeiro a defender as empresas contra a
redução das contas de luz. Alegou que a medida rompe contratos e
prejudica o “deus-mercado”. Na sequência, outros caciques do PSDB foram
acionados. O deputado paulista José Anibal afirmou que a MP 579 fere o
pacto federativo, prejudica os estados e gera “insegurança jurídica em
vários níveis”.
A "musa das privatizações"
“Em suma, o governo federal tem se utilizado de seu poder regulatório
para impor ao setor e aos Estados regras draconianas e nada
republicanas, afugentando investidores e descapitalizando empresas de um
setor cuja saúde financeira é vital para o desenvolvimento. Ninguém é
contra reduzir as tarifas de energia. Mas a fórmula encontrada é
malfeita, injusta, truculenta e, provavelmente, sem base legal”,
concluiu o tucano de São Paulo, o mesmo que foi rifado por José Serra
nas prévias para as eleições da capital paulista.
Outra que saiu atirando contra a proposta da presidenta Dilma foi a
economista Elena Landau, a “musa das privatizações” do governo FHC. Em
artigo publicado no jornal Valor, ela garantiu que a MP 579 representa
“uma guinada de 360º” na política de concessões ao setor privado. “Em
2013 corremos o risco de estar de volta a 1993, a um mundo de excessivo
intervencionismo estatal, insegurança jurídica e controle tarifário”,
afirma a privatista. Para ela, a iniciativa do governo peca pelo
“radicalismo” no conteúdo e na forma.
Como se observa, o neoliberalismo foi derrotado nas três últimas
eleições presidenciais, mas permanece com muita força no país –
principalmente na mídia rentista. Tudo é feito para defender as
corporações e os tais “investidores estrangeiros”, como se eles
estivessem preocupados com o desenvolvimento do país – e não com seus
lucros astronômicos. Qualquer medida de proteção da economia nacional e
de incentivo ao crescimento é visto como “intervencionismo”. Reduzir
contas de luz, então, é um crime!
Aliança político-ideológica: oligarquia midiática abafou e escondeu a corrupção no governo de FHC
No governo FHC corrupção era descaradamente acobertada
do Blog da Cidadania
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de pronto, rebateu a afirmação de Carvalho. À noite, no Jornal Nacional, a reportagem mostrou parte das declarações do ministro e do ex-presidente sobre o assunto. FHC, visivelmente alterado, qualificou como “leviandade” a declaração do adversário político.
FHC, quando governou, foi beneficiário da cumplicidade da mídia, que ajudou a acobertar descaradamente a corrupção ao sonegar ao público notícias sobre escândalos que dispensariam o bom e velho “domínio do fato” devido à vastidão de provas que havia.
Nesse ponto, há que fazer jus ao jornal Folha de São Paulo, o único grande veículo que denunciou adequadamente a compra de votos para a reeleição de FHC, quando deputados da base aliada de seu governo foram grampeados declarando, ipsis-litteris, que haviam sido pagos pelo então ministro (hoje falecido) das Comunicações, Sérgio Motta, para votarem a favor da emenda constitucional que permitiu ao tucano obter um segundo mandato em 1998.
Além de FHC ter mudado as regras de jogo com ele em andamento ao propor ao Congresso a emenda da reeleição – o que Lula não se permitiu fazer apesar de ser tratado pela mídia tucana como se tivesse tentado e não conseguido –, ainda teve uma denúncia muito bem fundamentada, com provas materiais, de que deputados foram pagos para apoiá-lo.
Além da Folha de São Paulo, nenhum veículo de peso deu destaque ao escândalo. E o procurador-geral da República de então, que o presidente tucano manteve no cargo por oito anos – Lula, nesse período, nomeou QUATRO procuradores-gerais –, não esboçou a menor reação.
Observação: essa foi a principal razão de o ex-PGR Geraldo Brindeiro ter sido alcunhado como “engavetador-geral da República”.
Controladoria Geral da União? No governo FHC chamava-se Corregedoria, em vez de Controladoria, e jamais incomodou o governo, enquanto que a CGU de Lula e Dilma tem sido uma pedra no sapato deles, pedra colocada por eles mesmos no âmbito do esforço hercúleo que fizeram para dar transparência ao que o antecessor tucano escondia.
Polícia Federal? Essa só serviu mesmo para ajudar o governo, ou melhor, o candidato do governo FHC à própria sucessão. Ou alguém esqueceu que a PF só incomodou políticos da oposição durante a era tucana e que seu maior feito foi em 2002, quando destruiu a candidatura de Roseana Sarney para ajudar o candidato governista, José Serra?
FHC esbofeteou a nação ao comparar a omissão criminosa dos órgãos de controle de seu governo (no que tangia a investigá-lo), crime cometido com o concurso de praticamente toda a grande imprensa, que não só fechou os olhos para a corrupção da era tucana como levantava escândalos só contra a oposição petista.
E se você, leitor, acha que exagero, assista, abaixo, vídeo (completo) de entrevista que o dito “decano do colunismo político brasileiro”, Janio de Freitas, da Folha de São Paulo, concedeu ao programa Roda Viva. Na ocasião, como se pode ver no vídeo, afirmou que a mídia funcionou como “suporte político” do governo FHC.
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