Papel do Ministério Público em escutas suspeitas precisa ser apurado
O caos, a desordem e o descontrole na segurança pública no Estado de São
Paulo não param de nos espantar. Desta vez, leio na Folha de S.Paulo de
hoje sobre a existência de uma central de escutas que, tudo indica, são
ilegais. E o pior: tudo sob o comando da Secretaria de Administração
Penitenciária e do Ministério Público.
O grupo, segundo a Folha, criado em 2006 por Antonio Ferreira Pinto,
quando ele era o responsável pelos presídios paulistas. A central
funcionava em Presidente Prudente, interior de São Paulo.
A reportagem diz ter conversado com delegados, promotores e juízes que
afirmaram desconfiar que no local funcionava uma central de espionagem
que teria grampeado pessoas sem ligação com o crime organizado, como
delegados.
A presidente da Associação dos Delegados, Marilda Pinheiro, vai pedir
abertura de inquérito policial sobre o caso. Segundo ela, a realização
de escutas irregulares é amplamente conhecida na polícia.
É um caso gravíssimo. É preciso uma investigação independente para
esclarecer inclusive o papel do Ministério Público, que não é polícia e
nem juiz. Ele não deveria fazer parte em hipótese alguma de uma central
de escutas.
Tudo indica que essa central agia sem controle, sem fiscalização, e
somente foi descoberta porque grampeou ilegalmente telefones de
delegados. Cabe até mesmo uma CPI na Assembleia Legislativa de São
Paulo.
Contradições
Vejam que a história é tão caótica que os envolvidos ficam se
desmentindo. A Secretaria da Segurança Pública diz que a central é
coordenada pelo Ministério Público. Mas a Promotoria nega qualquer
ligação com o grupo. E a Polícia Militar diz que cabe à Secretaria da
Segurança Pública dar explicações.
E o governador Geraldo Alckmin? Será poupado pela imprensa mais uma vez? Continuará se abstendo de governar?
http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=17051&Itemid=2*Ajusticeiradeesquerda
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