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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, dezembro 09, 2012

Presidente Chávez se someterá a nueva intervención quirúrgica

Dois meses após conquistar um novo mandato, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou na madrugada deste domingo (09/12) que deverá realizar uma nova cirurgia em Cuba após o aparecimento de "algumas células malignas". Ele, que luta contra um câncer desde 2011, indicou que o atual vice-presidente, Nicolás Maduro, deverá assumir seu lugar "se algo acontecer".

*opera mundi (nina)

Nicolás Maduro não só nessa situação deve concluir como manda a Constituição o período, mas minha opinião firme, plena como a lua cheia, irrevogável absoluta, total, é que nesse cenário que obrigaria a convocar eleições presidenciais vocês elejam Nicolás Maduro como presidente”, disse Chávez em cadeia nacional.

O presidente disse que o vice-presidente e há mais de seis anos chanceler da Venezuela “é um dos lideres jovens de maior capacidade para continuar (…) com sua mão firme, com seu olhar, com seu coração de homem do povo”. O presidente venezuelano acrescentou que assim poderá continuar “comandando junto ao povo sempre e subordinado aos interesses do povo os destinos desta pátria”.
Prensa Miraflores/Divulgação

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao lado de seu vice-presidente, Nicolás Maduro, fala à nação em cadeia nacional

Segundo Chávez, a nova intervenção deverá ser realizada "nos próximos dias". O presidente admitiu que toda operação "apresenta riscos" e lamentou o retorno do câncer. “Dá-me muita dor na verdade que esta situação cause dor, cause angústia a milhões de vocês”, afirmou. “Aconteça o que acontecer vamos continuar tendo pátria”, disse e pediu aos “patriotas” da Venezuela: “Unidade, unidade, unidade”.

O pronunciamento acontece às vésperas das eleições regionais na Venezuela, marcadas para 16 de dezembro. Em outubro passado, o líder bolivariano foi releeito para um novo mandato de seis anos, com uma vantagem de dez pontos percentuais sobre Henrique Capriles.
Desde o aparecimento do câncer, na região pélvica, diversos nomes tinham sido cogitados para a sucessão do presidente. O de Maduro era um dos principais, ao lado do de Elias Jaua, ex-vice-presidente e atualmente candidato ao governo do Estado de Miranda e o de Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela.

Nascido em 23 de novembro de 1962 em Caracas, Maduro é ex-militante da Liga Socialista e trabalhou desde jovem como condutor de trens no Metrô de Caracas, onde chegou a dirigir o sindicato. Após participar da campanha que levou à eleição de Chávez em 1998, Maduro foi eleito deputado pela Assembleia Nacional em 2000, sendo reeleito em 2005, quando se tornou presidente da casa. Em 2006, deixou o cargo para ocupar a pasta do Ministério do Poder Popular para Assuntos Exteriores.

Repercussão

Cabello convocou apoio ao presidente após o anúncio do ressurgimento do câncer e pediu que a oposição tenha respeito. Ele, que também é vice-presidente do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), disse que tem "muita fé e esperança de que o presidente vai sair dessa situação".

Houve reações também fora da Venezuela ao anúncio de Chávez. O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, enviou "um imenso abraço solidário" ao presidente, escreveu em sua conta no Twitter. O chefe da diplomacia do Equador informou que conversou com Maduro e "lhe transmitiu saudações de milhares de equatorianos ao presidente Chávez."

* Com informações da VTV, TeleSur e Agência Efe

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