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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 21, 2013

Cobertura da Globo, na tevê aberta, é um incitamento à derrubada da Dilma, à força 
Manchete da Globo: cayó Dilma ! 
A Rede Globo, em tevê aberta, nesta quinta-feira, um dia depois de os prefeitos do Rio e de São Paulo reduzirem as tarifas, derrubou a grade de programação e se dedicou, sem comerciais !, a abrasileirar o Golpe pela tevê que a Direita conseguiu, por 48 horas, contra o Chavéz, na Venezuela. 
Clique aqui  para ler “tem um monte de Cabo Anselmo nas ruas”. 
A Globo, tão boazinha, fala em democracia, não violência, paz, luta contra a corrupção e entra no Brasil inteiro com imagens ao vivo do quebra-quebra, do desmando, da falta de Governo !. 
É a pseudo – informação. 
Porque a Globo não desce lá embaixo. 
É do alto, do helicóptero. 
O repórter fala do que vê na tevê. 
Não vê o que se diz lá embaixo. 
A “cobertura” não tem contexto. 
Não tem outro lado. 
Outra versão. 
Não tem uma autoridade. 
Por duas horas seguidas, a Globo não põe no ar uma única palavra de alguém, com o manto da autoridade, para jogar agua na fervura. 
É pau, ao vivo. Pau ! 
O desmando, a desorganização. 
A saturação do caos. 
Os repórteres, coitados, vítimas do gás lacrimogênio. 
É o “jornalismo catástrofe”! 
Invadam o Itamaraty ! Subam no Congresso. 
Fechem a ponte Rio-Niteroi. 
Esculhambem o Governo ! Porque o William Bonner esta aqui, desde cedo, para dar visibilidade ! 
Ponham fogo que fica mais “televisivo”. 
Lamentável, diz a repórter ! E tome fogo! Lamentável. E tome pau ! 
O Palácio do Planalto cercado !!! É um Golpe. Manjado. 
Na Venezuela, deu certo, por 48 horas. 
Lá não tinha Copa do Mundo que a Globo não pode permitir que dê certoclique aqui  para ler “Globo boicota e fatura com a Copa”. 
Aqui tem. De repente, o brasileiro passou a odiar futebol. 
A próxima cobertura da Globo, depois de derrubar a grade de programação, é o impeachment da Dilma. 
Palavra de ordem que já se viu na Avenida Paulista, ao lado de “ditadura, já !” 
Viva a Democracia ! 
Como disse o Conversa Afiada, a Globo embolsou o Movimento do Passe Livre. 
Não existe passeata de 50 mil pessoas apartidária. 
Ou não dá em nada, ou derruba o Governo. 
A Globo vai derrubar ! 
Paulo Henrique Amorim
do Blog do Contraponto

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