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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, dezembro 21, 2014

Mariela Castro: Cuba não voltará a ser um país capitalista


Do Diário Liberdade

Filha do presidente Raúl Castro e diretora do Cenesex (Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba), Mariela Castro [foto] foi enfática ao afirmar que Cuba não voltará a adotar um sistema servil ao império estadunidense.

"Se pretendem que, com essas mudanças, Cuba volte a adotar um sistema capitalista e a ser um país servil aos interesses hegemônicos dos grupos mais poderosos economicamente dos Estados Unidos, devem estar sonhando", disse à agência AP.

Mesmo sem ter acabado com o embargo econômico contra a ilha, o histórico acordo entre Havana e Washingtoné benéfico ao povo cubano, que, além de ter de volta todos os seus "Cinco Heróis", terá mais oportunidades de comércio com outras nações.

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Para os EUA essa também é uma boa medida, já que os grandes imperialistas têm interesse no mercado cubano, como sempre tiveram. Mas, como disse a filha de Fidel, os cubanos não voltarão a ser explorados pelo capitalismo.

Os cubanos estão muito felizes com a reaproximação, sempre esperaram por um momento como este. Mariela acrescentou que se os EUA retirarem o criminoso bloqueio econômico contra a ilha, o governo cubano terá acesso a recursos necessários para financiar projetos sociais para seu povo.

"Acredito que isso nos proporcionará mais ferramentas para criarmos mais projetos sociais que seguirão fortalecendo o sistema de saúde, os serviços de educação, os espaços esportivos, artísticos, científicos, os quais tantas dificuldades tivemos por causa do bloqueio", afirmou.

Os prejuízos causados pelo bloqueio terrorista dos Estados Unidos, implantado em 1962, são avaliados em mais de US$ 1 trilhão para a economia cubana.

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