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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 04, 2015

O presidente da França, François Hollande, vai viajar para Cuba em maio

Hollande fará a primeira visita de um presidente da França a Cuba

© REUTERS/ Eric Vidal

O presidente da França, François Hollande, vai viajar para Cuba em maio, na primeira visita de um líder francês ao país.
Hollande estará em Cuba em 11 de maio, durante um tour de quatro dias pela região, onde também visitará alguns territórios franceses ultramarinos.

A viagem de Hollande ocorre enquanto EUA e Cuba estão engajados em negociações históricas para retomar os laços diplomáticos, o que dará fim a décadas de ruptura entre os dois países. A embaixada americana em Havana e a cubana em Washington deverão ser reabertas.

Autoridades da União Europeia e de Cuba também ser reunirão nesta semana, em uma tentativa de normalizar as relações. As conversas, programadas para quarta e quinta-feira, em Havana, deverão ter foco em direitos humanos. É um tema que, embora delicado para Cuba, é visto como crucial pelas as autoridades europeias como caminho até qualquer acordo.

As negociações entre a UE e Cuba, que já foram adiadas duas vezes, estão sendo cuidadosamente observadas como possíveis precursoras para as negociações de Havana com Washington.


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