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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 19, 2015

Russia começa se estabilizar

Notas

Rússia superou pior da crise econômica e começa a se estabilizar, diz ministro de finanças

© Sputnik/ Vladimir Trefilov
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O ministro de finanças da Rússia, Anton Siluanov, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o país já passou pela fase mais crítica da crise e a economia começa a se estabilizar.
Ao participar de um fórum empresarial anual, o ministro disse que a Rússia deixou para trás um "pico de negatividade" e que sua economia começará a se recuperar assim que os investimentos voltarem a crescer. Segundo ele, para isso acontecer, a Rússia precisa controlar sua inflação, que atualmente está em torno de 16%. O ministro das Finanças expressou a opinião de que a inflação na Rússia em 2016 pode chegar a 6-7%.
A presidente do Banco da Rússia, Elvira Nabiullina, por sua vez, havia declarado anteriormente que há uma expectativa de que a inflação comece a diminuir no segundo semestre de 2015.
Siluanov também observou que a moeda nacional, o rublo, vem se reforçando desde o início do ano, se tornando "uma das moedas mais fortes".  Além disso, ele declarou que a situação nos mercados financeiros também está se estabilizando. 
O ministro das finanças destacou ainda que a queda do PIB russo em 2015 deve ficar em torno de 3%. 
Em dezembro do ano passado, a moeda nacional da Rússia (o rublo) sofreu sua maior queda desde a crise de 1998, atingindo níveis recordes em relação ao dólar e ao euro — 80 e 100 rublos, respectivamente. O Banco Central reagiu aumentando a taxa de juros básica anual de 10,5% para 17%. No final de janeiro, o Banco Central reduziu a taxa para 15%, observando que o aumento em dezembro ajudou a gerenciar as expectativas de inflação e desvalorização.


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