Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 09, 2010

Chauí prega boicote ao PiG. Não dê entrevista ao PiG






Vamos tirar a folha de parreira deles, viu Palocci ?

POLÍTICA


Para Marilena Chauí, segundo turno não pode se tornar ‘plebiscito sobre aborto’


Em ato pró-Dilma em São Paulo, a professora de filosofia da USP sugere que petistas deixem de atender à mídia


Por: Guilherme Amorim, Rede Brasil Atual


Publicado em 08/10/2010


São Paulo – A filósofa Marilena Chauí fez palestra nesta sexta-feira (8), ao lado de intelectuais e membros do corpo docente da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (FDUSP) em um ato organizado para defender a candidatura da governista para a Presidência da República. Ela afirmou que o monopólio da imprensa no Brasil transforma a mídia em um agente antidemocrático e que a disputa não pode se tornar em um plebiscito sobre o aborto, baseado em boatos.


A maioria dos participantes usou seu espaço de discurso para, além de diferenciar os projetos de governo dos candidatos, fazer críticas ao comportamento da imprensa.


Marilena Chauí defendeu que lideranças de esquerda e do PT deixem de atender jornalistas da imprensa convencional, em uma espécie de boicote a pedidos de entrevista. “Para defender a liberdade de expressão é preciso não falar com a mídia”, propõe Marilena Chauí. Ela acredita que a mídia dá espaço para figuras do partido e de movimentos sociais apenas para “parecer plural”, mas promovendo um “controle de opinião” sobre o que é publicado.


A professora aludiu ao caso da dispensa da colunista Maria Rita Kehl pelo jornal O Estado de S. Paulo. “A democracia não é simplesmente um regime da lei e da ordem”, explicou, defendendo que é necessário haver diversidade de opinião na mídia. A professora esclareceu que não se pode permitir que três ou quatro famílias mantenedoras dos meios de comunicação pautem a agenda política do Brasil.


“Temos que impedir que o segundo turno das eleições se torne um plebiscito nacional sobre o aborto”, definiu. Para ela, a cada semana é definida uma nova temática para o debate político – se referindo às discussões eleitorais levantadas recentemente, como a da liberdade de imprensa e a da religião.

Navalha
Conta-se que, um dia, o Otavinho da Folha (**) convidou a professora Chauí para ser articulista da Folha.
E, segundo me contou um aluno dela, a resposta da professora teria sido: eu não vou ser a folha de parreira do Otavinho.
Folha de parreira – aquela que os pintores usam para esconder a nudez.
Quem tem uma história parecida é o Carlos Lacerda, o Pai de Todos os Golpistas – e o mais inteligentes deles: “quem nasceu para José Serra jamais será um Carlos Lacerda”, diz o Brizola Neto.
Lacerda ajudou a dar o Golpe de 1964 e achou que o Brasil ia cair no colo dele.
Quando viu que os militares não iam largar o osso, rompeu com Castello Branco e inventou uma divergência com o Ministro do Planejamento, Roberto Campos, mentor espiritual do Serra e do Fernando Henrique (no campo do neoliberalismo).
Lacerda disse que a política econômica – precursora da privataria – era uma grande roubalheira.
E o Castello fazia o papel de “São Jorge da rua Conde da Lage”.
Na Conde da Lage, na Lapa, ficavam os prostíbulos mais famosos do Rio.
E, no alto das escadas dos prostíbulos, havia sempre um São Jorge iluminado.
É para isso que o Otavinho precisava da professora Chauí: para, como diz ela, “parecer plural”, virtuoso, protegido por um São Jorge iluminado.
A professora Chauí tem razão.
Para que falar com o PiG (*) ?
As declarações são manipuladas.
Na edição, na balança, as opiniões “piguistas” predominam, e os que divergem vão para o pé da página par, transformados numa minoria irrelevante.
Mas, para boicotar o PiG (*) isso, é preciso combinar com os Paloccis.
Combinar com o pessoal do PT que não resiste à urubóloga Miriam Leitão e a uma entrevistinha à GloboNews.
O Serra diz “me desculpe” a repórter da Globo, mas tem muito petista que faz o mesmo (em off).
Façam como o Ministro Samuel Pinheiro Guimarães que só dá entrevista à Eliane Catanhêde por e-mail.
(E mesmo assim ela manipula o título.)
Mas, é melhor mesmo não dar entrevista nenhuma.
E usar a internet, as redes sociais.
Melhorar os sites do Governo, dos partidos, das campanhas.
E tirar a folha de parreira do Otavinho.

Paulo Henrique Amorim
Em tempo: o presidente do PT, José Eduardo Dutra, caiu na asneira de dar uma entrevista ao Globo – pág. A9 – sobre a ida ao segundo turno e mereceu um título na primeira página: “Houve prostração”. É o espírito do Palocci: não pode ver um repórter da Globo.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um  comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário