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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 16, 2010

Não confunda Judaismo com sionista e Israel

Mídia ignara, estúpida e piguenta






Ahmadinejad no Líbano
Foi o suficiente.
O suficiente para mostrar como são ignaros e estúpidos os controladores dos órgãos de publicidade que se autodenominam mídia informativa.
Está em todos os veículos de “comunicação” a manchete “Ahmadinejad prega o fim de Israel”.
Mas ele prega mesmo o fim de Israel?
Absolutamente.
Nem a insuspeita mídia israelense afirmou isso.
Ele pregou o fim do sionismo.
E foi isso que repercutiu em Israel.
O fim do sionismo e não o fim de Israel.
Quem confunde sionismo com Israel não entende de História.
O mesmo pode-se dizer de quem confunde Israel com o judaísmo.
Confundir o judaísmo com Israel e o sionismo faz parte daqueles que não conseguem suportar a realidade.
Exemplo típico de mentalidade piguenta.
Reparem que eu não utilizo a palavra anti-semita porque a mídia continua cada vez mais hidrófoba em relação aos semitas.
Basta ver como cobrem o massacre diário dos palestinos, os verdadeiros semitas alias.
Ou alguém em sã consciência acredita que os israelenses poloneses, russos, ucranianos, estadunidenses e ocidentais de maneira geral são semitas?
Eles podem dizer-se israelenses, mas jamais semitas.
Confundir sionismo e Israel com o judaísmo é ofender o judaísmo.
Só quem se instrui no lodaçal da mediocridade faz tal confusão.
Mas essa é a mídia que temos e dela devemos nos proteger para evitar que continue insultando a nossa inteligência.

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