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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 22, 2011

Teodomiro Cerilo Mendez Fernandez juiz que proibiu a marcha , foi condenado por espancamento.


Juiz é condenado por espancar em Campos



Campos do Jordão
O juiz Teodomiro Cerilo Mendez Fernandez, do Tribunal de Alçada Criminal, e o investigador de polícia Renato dos Santos Filho foram condenados pelo Tribunal de Justiça a quatro meses e 20 dias de prisão, por espancamento.
Fernandez e Santos Filho não irão cumprir a pena, pois a punição prescreveu em dois anos. O juiz, no entanto, pode até perder o cargo.
Os dois foram acusados de espancar o microempresário Walter Francisco da Silva e seu funcionário Benedito Ribeiro da Silva Filho.
O espancamento ocorreu em 93, depois que as vítimas foram confundidas com os ladrões de uma máquina de lavar roupas levada da casa do juiz Fernandez, em Campos do Jordão.
Ontem, Silva comemorou a decisão dos desembargadores do Tribunal. “Era inocente e fui espancado pelo juiz dentro da delegacia, agora a justiça foi feita.”P
Silva conseguiu provar sua inocência 15 dias depois de ser espancado. “Paguei um detetive que descobriu o verdadeiro ladrão da máquina”. Segundo ele, a surra que levou prejudicou uma cirurgia renal que havia feito dias antes da agressão. Ele faz tratamento médico até hoje.
CONSELHO – O Conselho Superior da Magistratura vai analisar o caso e o juiz Teodomiro Fernandez pode ser suspenso, sofrer censura, indisponibilidade e até ser expulso do Tacrim (Tribunal de Alçada Criminal).
*DARdesentorpercimentodarazão

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