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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Manifestantes cercam e vandalizam carro de Kassab em São Paulo


Manifestantes dão pontapés na lataria de carro de Kassab
Foto: Marcio Fernandes/Agência Estado

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HERMANO FREITAS
Direto de São Paulo
Manifestantes cercaram e vandalizaram o carro da comitiva do prefeito Gilberto Kassab (PSD) na manhã desta quarta-feira no centro de São Paulo. Segundo a assessoria do político, a lataria do carro foi amassada. Não há informação de feridos.
Ainda de acordo com a assessoria do prefeito, a agressão aconteceu após a missa de aniversário da cidade nas proximidades da Catedral da Sé. O grupo, que protestava contra as ações do governo na Cracolândia e na ocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos, tentou esvaziar os pneus do veículo usado por Kassab e usaram lixeiras para bater nos vidro. O grupo ainda arremessou ovos contra a comitiva.
A Polícia Militar interveio e usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar a aglomeração. De acordo com a assessoria da corporação, os manifestantes pretendiam entregar um diploma fictício de "pior prefeito da história" a Kassab e, com a saída da comitiva, partiram para cima do carro por volta das 11h. Ainda segundo a PM, foram empregadas "técnicas de controle de distúrbios civis", sem especificar que tipo de medida foi utilizada.
Após o tumulto, a comitiva de Kassab se dirigiu à prefeitura de São Paulo. Por volta das 11h20, cerca de 1 mil manifestantes, segundo a PM, iniciaram uma marcha em direção à prefeitura para realizar novo protesto. Algumas ruas da região foram bloqueadas com o objetivo de impedir a aproximação dos manifestantes.
*Terra

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