Arquivo vivo da Ditadura Militar, delegado Cláudio Guerra sofre atentado na última madrugada
do Pragmatismo Político
Senador
Paulo Paim pede proteção ao delegado Cláudio Guerra, que confessou
assassinatos e a incineração de presos políticos durante a ditadura em
‘Memórias de Uma Guerra Suja’. Ele teve a casa cercada por 3 homens. Um
deles ameaçou atirar. Guerra é um arquivo vivo da ditadura e quer depor
na Comissão da Verdade
Delegado
Cláudio Guerra é um dos principais arquivos vivos da ditadura militar e
dos raros dispostos a contribuir com a Comissão da Verdade
O senador Paulo Paim (PT-RS) subiu à tribuna da tarde desta quarta-feira 16 para denunciar um atentado ocorrido
nesta madrugada contra o ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem
Política e Social) Cláudio Guerra. Segundo Paim, três homens cercaram a
casa de idosos no interior do Espírito Santo, onde o delegado estava, e
um deles ameaçou atirar.
O ataque ocorre no mesmo dia em que foram empossados os sete membros da Comissão da Verdade, instalada para investigar os crimes contra os direitos humanos cometidos durante a ditadura militar, e semanas depois do lançamento do livro “Memórias de uma guerra suja”,
dos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, no qual Guerra
confessa o assassinato e a incineração de presos políticos – e a
participação em atentados a bomba como o do Riocentro, denunciando,
inclusive, os nomes de comparsas.
Ao Portal IG, Paim destacou a “tentativa de homicídio” (assista ao vídeo abaixo).
“Achei da maior gravidade. Ele tinha sido convocado para fazer um
depoimento na Comissão de Direitos Humanos amanhã (quinta-feira) pela
manhã, assim como os autores do livro. Provavelmente eles não virão
amanhã”, disse.
“Fiz o registro na tribuna do
Senado para que o Ministério da Justiça e o nosso ministro deem toda a
segurança. Os crimes cometidos são fatos, são reais, ele reconhece.
Agora, ele pode ser um instrumento fundamental para a Comissão da
Verdade, que foi instalada hoje. No livro ele diz que se dispõe a depor
na Comissão da Verdade. É um arquivo vivo dos crimes da ditadura, por
isso tem de haver segurança”, completou.
*GilsonSampaio
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