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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 18, 2012

Estudante protesta na Estação Sé contra Metrô “sussa” de Soninha Francine

 


Um estudante de música levou um cartaz de protesto à Estação Sé do Metrô em São Paulo na noite de quarta-feira, dia 16. Com um pedaço de cartolina, Gilberto Ferreira ironizou os comentários da pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Soninha Francine (PPS) a respeito da batida entre dois trens na Linha 3-Vermelha. O acidente feriu 49 pessoas.

“Metrô em SP é #sussa”, escreveu o estudante.

Na manhã da quarta-feira, dia 16, a ex-vereadora postou no serviço de microblog Twitter:

“Metro caótico, é? Nao fosse p TV e Tuíter, nem saberia. Peguei Linha Verde e Amarela sussa”.
Após centenas de críticas de internautas, Soninha tentou se explicar:

“Helloooo, metro zoadaço mas, apesar do M.Vila Madá avisar velocidade reduzi da, estava normal qdo peguei. Q eu posso fazer?”.

“É um absurdo o tratamento que o poder público dá ao transporte em São Paulo”, disse Ferreira, a caminho de um ensaio no centro da cidade.

A Linha Vermelha do Metrô paulista, que atende 3,7 milhões por dia, é a maior (22 km) e mais exigida (1,1 milhão de passageiros/dia útil) do sistema.

Inaugurada em 1979, a Linha 3-Vermelha faz a ligação entre as zonas oeste e leste da cidade de São Paulo, unindo as estações Palmeiras-Barra Funda (zona oeste) e Corinthians-Itaquera (zona leste).

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