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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 14, 2012



Na Grécia, neonazistas distribuem panfletos que ameaçam homossexuais e imigrantes

 

 

“Depois dos imigrantes, vocês são os próximos”, apontava o texto do panfleto, que trazia ainda o logotipo do Amanhecer Dourado
Diante do impasse na formação de um novo governo na Grécia, novas eleições parlamentares começam a ganhar corpo no país. Ciente da possibilidade de novas disputas, o partido neonazista Amanhecer Dourado, que teve 7% dos votos nas eleições de 6 de maio, voltou a expor suas ideias xenófobas, desta vez com um novo “alvo”: os homossexuais. As informações são do jornal espanhol Público.
No último sábado (12/05), o partido neonazista distribuiu panfletos homofóbicos no bairro de Gazi, em Atenas, conhecido por ser um local freqüentado pela comunidade homossexual da cidade.
“Depois dos imigrantes, vocês são os próximos”, apontava o texto do panfleto, que trazia ainda o logotipo do Amanhecer Dourado.  O material faz referência também ao principal “alvo” do novo partido, que conseguiu eleger 21 deputados nas últimas eleições.
Em entrevista coletiva na última semana, o líder do partido, Nikos Mijaloliakos, afirmou que defende o uso de minas terrestres e arame farpado nas fronteiras do país para impedir que imigrantes entrem na Grécia.
O partido, que pela primeira vez conseguiu garantir representatividade no Parlamento, considera os imigrantes os principais responsáveis pela crise financeira que o país enfrenta.
“Enquanto houver um grego desempregado, não teremos pena dos estrangeiros”, afirmou o líder do partido durante a entrevista. “Não temos problemas com os legalizados, mas esses são uma porcentagem muito pequena. Agora, os que não tem documentação devem ser todos expulsos. Alguns bairros no centro de Atenas estão cheios de estrangeiros, e precisamos ajudar nossos compatriotas”, completou.
Antes de começar a entrevista, o partido voltou a surpreender alguns dos jornalistas presentes ao exigir que eles se levantassem para receber Mijaloliakos. “Levantem-se, mostrem respeito ao líder”, gritaram os seguranças do representante do partido.
Durante seu discurso, Mijaloliakos afirmou que apenas não se considera um perfeito seguidor do nazismo porque não é alemão e salientou que as propostas do Amanhecer Dourado irão se basear no medo. “Chegou a hora do medo para os traidores da pátria”, concluiu.
*ÓperaMundi

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