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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 25, 2012

OTAN, AMEAÇA À PAZ MUNDIAL

 

Via PCB
imagemCrédito: PCP
Comunicado do Gabinete de Imprensa do PCP
Ameaça à paz mundial!

Por iniciativa do PCP, Partidos Comunistas e Operários de todos os continentes tornaram pública uma posição comum que alerta para os grandes perigos que a OTAN representa para a paz e em que se apela ao desenvolvimento da luta pela paz, contra a corrida aos armamentos, pelo fim das agressões e ingerências do imperialismo e pela dissolução da OTAN.
Numa situação internacional marcada pela agudização da crise do capitalismo e pela violenta ofensiva imperialista contra as conquistas e direitos dos trabalhadores e dos povos, realiza-se a 20 e 21 de Maio em Chicago, nos EUA, a Cimeira da OTAN.
No quadro do aprofundamento da crise do capitalismo, o imperialismo lança-se numa escalada militarista e intervencionista.
Depois de ter renovado o seu conceito estratégico em 2010, que representou um novo e perigoso salto qualitativo na sua ambição intervencionista – de que a agressão à Líbia foi exemplo –, os EUA e a OTAN, que tem a UE como seu pilar europeu, procuram alargar as suas zonas de influência, promovem a corrida aos armamentos e as despesas militares, o investimento em novas armas e a sua rede mundial de bases militares.
O imperialismo militariza as relações internacionais, prossegue a ocupação, lança ameaças de agressão, promove conspirações e manobras de ingerência contra países de todos os continentes e através de uma escalada armamentista permanente, viola os acordos internacionais de desarmamento existentes. Os princípios da Carta da ONU são postos em causa, acentua-se a instrumentalização da ONU para dar cobertura à violência imperialista. O processo de destruição do Direito Internacional resultante da derrota do nazi fascismo na Segunda Guerra Mundial abre as portas aos propósitos imperialistas de controlar recursos e de dominar o planeta no plano militar e geo-estratégico.
A NATO como principal instrumento do imperialismo no seu objectivo de domínio mundial, constituí uma enorme ameaça à paz e à segurança mundiais.
Mas, como a realidade está a comprovar, a resposta de força do imperialismo à crise do capitalismo confronta-se com a luta progressista e revolucionária dos povos que, em vários pontos do mundo, tomam nas suas mãos a defesa dos seus direitos e da soberania e independência dos seus países, resistindo das mais variadas formas e impondo revezes à estratégia de dominação imperialista.
Reafirmando o seu empenhamento na luta pela paz, pelo direito de cada povo a decidir livremente do seu destino, pelo progresso social e o Socialismo, os Partidos Comunistas e Operários signatários desta declaração:
- Exigem a retirada imediata de todas as tropas estrangeiras do Afeganistão, assim como de todas as outras intervenções imperialistas no Mundo.
- Rejeitam a escalada de guerra no Médio Oriente, nomeadamente contra a Síria e o Irão.
- Exigem a dissolução da OTAN e apoiam o direito soberano dos povos de decidir da desvinculação dos seus países desta aliança agressiva.
- Rejeitam a instalação do novo sistema antimíssil dos EUA e da OTAN na Europa e reclamam o fim das bases militares estrangeiras.
- Exigem o fim da corrida aos armamentos, o desarmamento nuclear começando pelas maiores potências nucleares do Mundo – como os EUA - e a completa destruição das armas químicas e biológicas.
- Expressam a sua solidariedade aos povos que resistem às ocupações, agressões e ingerências do imperialismo, nomeadamente no Médio Oriente, na Ásia, na América Latina e em África.
Partidos signatários do Apelo Comum de Partidos Comunistas e Operários
Partido Comunista Sul Africano
Partido Comunista da Argentina
Partido Comunista Azerbaijão
Partido Comunista da Austrália
Partido do Trabalho da Bélgica
Partido Comunista da Bielorússia
Partido Comunista Brasileiro
Partido Comunista do Brasil
Partido Comunista de Espanha
Partido Comunista dos Povos de Espanha
Partido Comunista dos EUA
Partido Comunista da Finlândia
Partido Comunista Francês
Partido Comunista Unificado da Geórgia
Partido Comunista da Grécia
Novo Partido Comunista da Holanda
Partido do Povo do Irão
Partido Comunista da Índia
Partido Comunista da Índia (Marxista)
Partido Comunista da Irlanda
Partido dos Trabalhadores da Irlanda
Partido dos Comunistas Italianos
Partido Comunista Libanês
Partido Comunista Luxemburguês
Partido Comunista de Malta
Partido Comunista de México
Partido Comunista Palestiniano
Partido Comunista Peruano
Partido Comunista da Polónia
Partido Comunista Português
Partido Comunista Britânico
Partido Comunista da Boémia e Morávia
Partido Comunista da Federação Russa
PC Operário Russo – Partido dos Comunistas Revolucionário
Partido Comunista Sírio (Unificado)
Partido Comunista da Ucrânia
*GilsonSampaio

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