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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 30, 2012

Vereadores de SP aprovam anistia a templo irregular da Mundial


Valdemiro e a dupla Kassab-Serra: toma-lá-dá-cá em ano de eleições
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na noite de ontem (29) em primeira discussão anistia a um templo da Igreja Mundial construído sem alvará e que, além disso, ocupa 137 metros de uma rua.

Por detrás da decisão está o prefeito Gilberto Kassab (PSD), aliado político de candidato do PSDB à prefeitura, José Serra. Do total de 55 vereadores, 31 deram apoio à anistia. Um vereador — Aurélio Miguel (PR) — votou contra e os dez do PT deixaram o plenário, facilitando, assim, a aprovação.


A concessão da anistia ocorreu menos de 30 dias depois de o Serra ter comparecido a um culto da Mundial e lá ter recebido a benção de Valdemiro Santiago, o chefe da igreja. A votação em segunda votação ocorrerá na próxima semana, e nada indica que os vereadores possam mudar o seu voto.


O acordo feito nos bastidores entre a dupla Kassab-Serra com Valdemiro representa um desafio ao Ministério Público Estadual, que pediu a demolição do prédio irregular.


Com informação do Estado de S. Paulo.

Valdemiro abençoa candidatura de tucano à prefeitura de São Paulo.
8 de agosto de 2012

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz254NMeEsE
Paulopes

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