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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, outubro 28, 2012

Mais subsídios à discussão sobre legalização da maconha

 


Por lfbraulio
Bom, não gosto do FHC. Não gosto mesmo e acho que ele foi um dos presidentes brasileiros mais medíocres e subserviente aos ricos do nosso país.
Mas a discussão que ele propõe é, no mínimo, relevante. A guerra contra as drogas (mais uma das guerras idiotas criadas pelos EUA para fazer dinheiro) falhou, e feio. A escala de produção (ou oferta) no país e a mesma que seria uma escala de produção regularizada. O governo gasta dinheiro para acabar com o tráfico. Muito dinheiro. A polícia gasta grande parte do seu tempo em busca desses traficantes, da droga, e a segurança das ruas fica aquém do desejado.
Se o uso da droga fosse legalizado (droga eu digo a Maconha, pois 95% das pessoas que sobe o morro pela primera vez é por causa dela), estaríamos recebendo impostos das vendas, o número de presos diminuiria, o tráfico ficaria comprometido e perderia força, e EU arrisco a dizer que o uso da cocaína diminuiria, pois se você não precisasse procurar o traficante para obter seu baseado, não escutaria suas ofertas.
Isso pensando num conceito mais amplo, como o que acontece na Holanda. A regularização do uso medicinal da maconha é uma obrigação do Estado. Os anti-depressivos no mercado, sintéticos, fazem um mal incomparável perto da maconha, que é uma planta, menos nocisa até que o fumo.
Sou estudante e estou prestes a me graduar. Moro em uma cidade universitária e o número de usuários de maconha na minha Universidade é gigantesco. Acredito que, fazendo parte efetiva da sociedade e do consumo no futuro, os jovens de agora são o novo futuro das relações da sociedade com a maconha. Virá muita coisa nova por aí.
*Nassif

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