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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 22, 2012

PT prepara cerco ao Palácio dos Bandeirantes

Edição 247:

Com prefeitos eleitos em cidades como São Bernardo, Osasco e São José dos Campos (Luiz Marinho, Jorge Lapas e Carlinhos Almeida, à esquerda), e com boas chances em cidades como São Paulo, Guarulhos e Santo André (Fernando Haddad, Sebastião Almeida e Carlos Grana, à direita), o partido pode fechar a região metropolitana e controlar a maior fatia do eleitorado paulista, preparando o terreno para a conquista do governo estadual em 2014 

247 – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pode terminar a eleição municipal de 2012, literalmente, cercado por prefeitos petistas. 


Pela primeira vez na história, o PT tem grandes chances de fechar um arco de poder em toda a região metropolitana de São Paulo, controlando cidades como a própria capital paulista, além de municípios importantes como Guarulhos, São Bernardo do Campo, Osasco e Santo André. 


Além disso, o partido ainda concorre em Mauá e Diadema e também elegeu o prefeito de São José dos Campos, uma das cidades mais ricas do estado. 


Jóia da coroa, com 8,6 milhão de eleitores e orçamento anual de R$ 43 bilhões, a cidade de São Paulo só escapará de Fernando Haddad, se algo sobrenatural ocorrer até o dia 28 de outubro. 


Com vinte pontos de vantagem nos votos válidos, Haddad abriu uma frente superior a 1,2 milhão de eleitores, que dificilmente será tirada até o segundo turno. 


Situação semelhante se vê em Guarulhos, que tem 825 mil eleitores e onde o atual prefeito, Sebastião Almeida, tenta a reeleição e é apontado com cerca de 60% das intenções de voto no segundo turno. 


Em Santo André, que tem 553 mil eleitores e tradição de administrações petistas, pode eleger também Carlos Grana, que aparece à frente nas sondagens de segundo turno. 


Na região metropolitana, o quadro é mais difícil para os candidatos Donisete Braga, de Mauá, e Mario Reali, de Diadema. 


No entanto, o PT já ganhou as eleições de São Bernardo do Campo, com Luiz Marinho, na cidade onde estão concentradas as montadoras de automóveis, e de Osasco, com Jorge Lapas, que é a sede do Bradesco. 


Isso sem falar em São José dos Campos, sede da Embraer, onde Carlinhos Almeida, também do PT, encerrou um ciclo de 16 anos do PSDB no poder. 


Com tantos prefeitos estrategicamente situados, o PT controlará a maior parte do orçamento paulista, administrando as cidades com maior eleitorado.


E poderá, finalmente, colocar em marcha o plano para conquistar o tão sonhado Palácio dos Bandeirantes, que, desde 1994, quando Mario Covas se elegeu, está em poder dos tucanos. 


Nessa corrida, o PT contará ainda com possíveis aliados como a prefeita Darcy Vera, que é filiada ao PSD e favorita à reeleição em Ribeirão Preto. 


Gilberto Kassab, “dono” do PSD, está pronto para aderir à base do governo Dilma (e ao PT, portanto), assim que se confirmar a derrota de José Serra. 


Geraldo Alckmin está cercado. 


Controla uma máquina política poderosa, mas nunca esteve tão ameaçado como agora.. 


postado por Celvio
*cutucandodeleve

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