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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 06, 2015

Globo comanda a massa seletivamente


Qual a diferença entre ataques a Maju e a Dilma? >>> Para Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, a resposta é: "uma é apoiada pela Globo, apesar de tudo que a emissora faz para manter vivo o racismo – sem falar que seu diretor de jornalismo renega a existência de racismo no país e, assim, ajuda a reforçá-lo. A outra é inimiga da poderosa Globo e, portanto, não mereceu nenhuma atitude tanto da grande mídia quanto das autoridades"; ele comenta que "episódios recentíssimos", como a venda de um adesivo "asqueroso" contra Dilma, a agressão "fascista" de um "infeliz" contra a presidente em Nova York e os comentários racistas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, da TV Globo, "dão a medida de a quantas anda o retrocesso político-cultural-institucional a que a parcela pensante do país assiste boquiaberta"; "Na ditadura midiática que se abateu sobre o Brasil, ataques sexistas, misóginos, fascistas, racistas, homofóbicos, entre outros, só são punidos quando a mídia cai em cima". (Brasil 247)

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