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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 01, 2010

Assumiram que TV Cultura émaquina da sua propaganda politica


Meleca, Serra
Tucanos e Serra destruíram a TV Cultura de SP
Do Conversa Afiada

Na página dois, no espaço do Clovis Rossi, e na coluna que o Otavinho cedeu à Monica Bergamo se lê hoje na Folha que o Serra defenestrou o Paulo Markum da TV Cultura.

Para o lugar vai um economista que entende tanto de televisão quanto a Andrea Michael.

Abreu Sodré, governador de São Paulo, instalou a OBAN.

Mas, criou a Fundação Padre Anchieta, que, por um bom período, assegurou um padrão de qualidade à TV Cultura.

Os governos Maluf, Quércia e Fleury, mal ou bem, respeitaram a autonomia da Fundação e permitiram que a Cultura continuasse a ser uma referência em matéria de TV pública.

Os tucanos é que destruíram a Cultura.

Covas não deu dinheiro.

Ele não gostava do Jorge Cunha Lima, que tinha sido indicado por D. Ruth.

Covas, porém, jamais interferiu na linha editorial da Cultura.

Trabalhei lá dois anos e posso dar meu testemunho.

Alckmin nunca se interessou pela Cultura.

Não gostava e não tirava o Jorginho.

E o Jorge, solitariamente, segurou enquanto pôde a peteca da qualidade na Cultura.

E o Serra não precisa da Cultura, porque tem a Globo a seus pés.

Outra obra dos tucanos: destruir a Cultura.

Breve, enterrarão a OSESP.

Quando ouço falar em cultura saco o revólver – quem disse isso ?

Goebbels ou Goehring ?

Dúvida cruel.

Paulo Henrique Amorim

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