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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quarta-feira, maio 26, 2010
Denúncia! EUA preparam guerra contra o Irã desde setembro do ano passado!
Denúncia! EUA preparam guerra contra o Irã desde setembro do ano passado!
Agora entendo porque Hillary Clinton ficou tão aborrecida com a intervenção de Brasil e Turquia no imbróglio nuclear iraniano. Matéria do New York Times, publicada hoje, informa que os EUA lançaram, desde setembro do ano passado, uma ofensiva militar clandestina no oriente médio, visando preparar o terreno para um futuro ataque militar a países hostis, sobretudo o Irã. O ataque se daria (ou se dará) em virtude dos desentendimentos entre EUA e Irã na questão atômica.
Parece que o Brasil, realmente, atrapalhou os planos de guerra dos falcões de Washington...
E sabe o que é mais sinistro? Segundo a matéria, esse tipo de ação não requer autorização do presidente da república, como é o caso de operações similares feitas pela CIA.
O objetivo principal dos agentes enviados ao oriente médio é detectar movimentos de oposição aos governos "inimigos". Leia-se, novamente, Irã.
Com isso, o ataque militar ao Irã deveria ser acompanhado por algum tipo de golpe de Estado promovido por dissidentes do regime persa devidamente financiados e instruídos por agentes americanos.
Agora entendo porque tanta propaganda na mídia ocidental contra o Irã. A satanização do regime dos aiatolás tinha como objetivo preparar a opinião pública internacional para uma derrubada do governo legalmente constituído. Nossa mídia, como sempre, obedeceu caninamente às orientações dos lobbies norte-americanos. Neste domingo mesmo, a Folha deu amplo destaque à prisão de dissidentes políticos. Ora, e se esses dissidentes não eram, de fato, conspiradores? Não sabemos. Mais uma vez, a opinião pública fica à mercê do que interessa às mídias corporativas divulgarem.
Eu penso inclusive qual é o motivo do New York Times em divulgar essa reportagem agora. Será que o jornal não sabia antes? Será que alguma fonte, sentindo que as ações diplomáticas do Brasil e Turquia criaram possibilidade de abortar outra loucura bélica americana, resolveu contar tudo? Não sabemos.
O importante é que setores importantes da mídia internacional estão se mobilizando contra a guerra. A denúncia do Guardian, de que Israel tentou vender armas nucleares para a África do Sul, cria um fato político constrangedor para Obama. e para o Conselho de Segurança da ONU. Sancionarão o Irã por armas atômicas que ele não possui, e deixarão Israel, que as possui e andou tentando vender para um governo racista e bélico, livre leve solto? E a carta de Obama à Lula pedindo que ele fizesse exatamente o que ele fez? A imprensa americana recebeu a notícia com um silêncio ensurdecedor. Mas os delegados que votam na ONU ficaram sabendo.
E a pergunta que não quer calar: o que será que os "assessores da Casa Branca" e "repórteres" com os quais a turminha da Globo interage estão conversando neste momento? A favor do Brasil, eu sei que não é.
As peças no xadrez geopolítico se mexem. O Brasil é uma delas, pela primeira vez na história.
Abaixo a matéria citada. Se eu tiver tempo, traduzo-a para vocês mais tarde.
do oleo do diabo
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